O ano que colocou o estado no topo do ranking de homicídios no País – com 12.800 casos registrados – foi o ponto de partida para uma reviravolta nos índices de criminalidade na maior metrópole brasileira. Em sete anos, os números de assassinatos sofreram redução de 63% no estado, e 72% na capital. Com 39,8 milhões de habitantes, São Paulo deve encerrar o ano registrando 5 mil homicídios, segundo estimativa da Secretaria de Segurança Pública. Com isto, a taxa de homicídios deve ficar em 11 casos para cada grupo de 100 mil habitantes.
De acordo com o sociólogo Túlio Kahn, coordenador de análise e planejamento da secretaria, nos primeiros nove meses deste ano foram registrados 3.654 homicídios no estado, uma queda de 21,59% em relação ao mesmo período do ano passado. Com esses números, a maior cidade brasileira praticamente igualou a façanha realizada nos anos 90 por Nova York (maior cidade americana), que ao longo de uma década reduziu os homicídios em 73%.
– Registramos uma diminuição de 72% em sete anos. Em termos de intensidade de queda, a nossa tem sido maior do que a de lá – acrescenta Kahn.
Segundo o sociólogo, o caso de São Paulo já é estudado por instituições internacionais, como a Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) e a Universidade de Harvard.
A redução dos homicídios no estado tem sido ratificada por fontes independentes e por outras metodologias. Na semana passada, por exemplo, o Ministério da Saúde, com base em números do DataSus, informou que, de 2003 a 2006, São Paulo registrou uma queda de 48% no número de mortes por arma de fogo, dando grande contribuição para a queda de 12,3% do índice no Brasil. A metodologia do DataSus difere da adotada pela Secretaria de Segurança, pois inclui suicídios e autos de resistência (bandidos mortos em confrontos com a polícia) ao passo que exclui as mortes por armas brancas, por exemplo.