Dissertação de Araraquara recebe prêmio de Economia

Tema é a dívida pública brasileira entre 1822 e 2004

seg, 01/10/2007 - 21h39 | Do Portal do Governo

Com a dissertação “Dívida pública brasileira – 1822 – 2004”, desenvolvida no Programa de Pós-graduação em Economia da Faculdade de Ciências e Letras (FCL), câmpus de Araraquara, o então mestrando Guilherme Antonio Ziliotto conquistou o terceiro lugar no 14º Prêmio Brasil de Economia.

A cerimônia de premiação ocorreu em 11 de setembro, em Porto Seguro (BA), durante a abertura do XVII Congresso Brasileiro da categoria, promovido pelo Conselho Federal de Economia. Segundo Ricardo Senna, coordenador da comissão do prêmio, a iniciativa busca incentivar a investigação econômica em geral e estimular profissionais da área e estudantes a desenvolverem pesquisas voltadas para o conhecimento da realidade brasileira.

Com a orientação do docente Alexandre Sartoris Neto, Ziliotto buscou identificar a relação de causa e efeito entre a dívida pública e o crescimento econômico nos últimos 180 anos de história do Brasil. Para ele, o tema tem sido visto pelos governos como forma de financiamento e instrumento de controle da economia. “Porém, esta causalidade tem sido pouco pesquisada”, lembra.

O economista conclui que o tamanho da dívida, isoladamente, não condiciona o nível de crescimento econômico de um país. “Temos que levar em consideração como estes recursos são aplicados e os termos em que são negociados. Deve-se avaliar os juros, o tempo de carência e o contexto particular em que a dívida foi contraída”, afirma.

Como exemplo, Ziliotto cita o período da Guerra do Paraguai, na segunda metade dos anos 1800, quando os empréstimos usados para financiar a guerra geraram baixo crescimento. Já no período do milagre econômico, 1967-1974, os recursos obtidos foram utilizados para financiar os investimentos em infra-estrutura e impulsionaram o desenvolvimento. Ainda segundo o pesquisador, em outros períodos, como o intervalo de 1985 a 2004, não foi possível atribuir uma relação de causalidade entre a dívida pública e as variações no PIB.

Da Unesp