SP quer eliminar sífilis congênita até 2012

O Estado de S.Paulo - Quinta-feira, 21 de junho de 2007

qui, 21/06/2007 - 12h07 | Do Portal do Governo

O Estado de S.Paulo

Programa da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo quer eliminar os casos de sífilis congênita, transmitida da mãe para o filho, até 2012. Durante a gestação, as mulheres infectadas podem transmitir a doença para o feto pela placenta. Após o nascimento, a criança pode apresentar problemas mentais, na pele, surdez e defeitos dentários.

Desde 1986, a doença tem notificação compulsória no Brasil. Todos os casos devem ser comunicados ao Ministério da Saúde. No Estado de São Paulo, o número de casos caiu de 1.032, em 2003, para 859, em 2005.

No Brasil, foram registrados 3.141 casos de sífilis congênita em 2006, resultado de uma possível subnotificação. O Ministério da Saúde estima que 50 mil gestantes sejam infectadas por ano. Desse total, aproximadamente 12 mil crianças nascem com a doença.

O governo do Estado pretende investir R$ 300 mil em capacitação profissional e material educativo para a população, além de um convênio com o Ministério da Saúde para a distribuição de 8 milhões de preservativos. “É necessário um pré-natal de qualidade, com a realização de exame específico no primeiro e no terceiro trimestres da gravidez”, diz Maria Clara Gianna, coordenadora do Programa Estadual de DST/Aids.

Tanto o exame quanto o tratamento da sífilis, feito com penicilina, são baratos, menos de R$ 2 por pessoa. “Além do baixo custo, temos todas as condições de eliminar a doença”, avalia Maria Clara.

Apesar do baixo custo, um dos maiores obstáculos para eliminar a doença é a necessidade de tratar também os parceiros das mulheres infectadas.

Para Luiza Matida, do programa estadual de DST/Aids, essa é a tarefa mais difícil, pois a abordagem nesses casos precisa ser diferente. “Na maior parte das vezes, quem comparece à rede de atenção básica é a mulher”, afirma.

Uma solução paliativa colocada em prática é o tratamento dos homens na própria maternidade, quando a doença é constatada em suas parceiras. “Essa é uma proposta que está dando certo em vários municípios do Estado”, diz Luiza. “O ideal, no entanto, é que o homem seja tratado na rede de atenção básica.”

   

 

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