As medições das emissões de veículos a diesel em tempo real, iniciadas pela CETESB – Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental na última segunda-feira, dia 6, vão fornecer insumos importantes para os inventários de emissões de fontes móveis no Brasil. Esse trabalho é inédito em veículos a diesel, o que na opinião dos técnicos vai preencher uma lacuna existente no conhecimento do verdadeiro potencial poluidor da frota circulante. O projeto é financiado pala Fundação Hewlett e conta também com a participação da Petrobras, por meio do CONPET – Programa Nacional da Racionalização do Uso dos Derivados do Petróleo e do Gás Natural.
O programa foi iniciado em abril de 2004, por meio de uma parceria com o ISSRC – International Sustainable Systems Research Center (Centro Internacional de Pesquisas de Sistemas Sustentáveis), da Califórnia, com o objetivo de registrar as emissões reais a bordo de veículos que compõem a frota na Região Metropolitana de São Paulo. Na primeira fase foram avaliadas as emissões dos veículos leves, movidos a álcool ou gasolina, repetindo trabalho realizado anteriormente em Lima, no Peru, Santiago, no Chile, Cidade do México, no México, Los Angeles, nos Estados Unidos, e Nairobi, no Kênya, cidades situadas em regiões com problemas de poluição atmosférica pela alta densidade da frota de veículos.
Para as medições em São Paulo, o ISSRC trouxe equipamentos de última geração capazes de medir em tempo real, segundo a segundo, as concentrações dos diversos poluentes contidos nos gases de escapamento dos veículos testados. Ao longo de um trajeto de cerca de 40 minutos são avaliados itens como vazão, pressão e temperaturas dos gases de modo a possibilitar o cálculo da massa total de poluentes emitidos pelo veículos durante o trajeto. Dessa forma, são obtidos valores típicos, em gramas por quilômetro, das emissões de monóxido de carbono (CO), hidrocarbonetos (HC), óxidos de nitrogênio (Nox), dióxido de carbono (CO2) e material particulado (MP).
Esse trabalho se baseia num “software” desenvolvido pelo ISSRC que reúne informações objetivas sobre a real atividade veicular na RMSP, como velocidade média do tráfego nos diversos tipos de via, em cada horário do dia e ao longo da semana, volume do tráfego por categoria de veículo, acelerações típicas, número médio de partidas a frio e o perfil tecnológico da frota, levantado em extensivas pesquisas. Nas duas etapas anteriores, foram realizadas medições a bordo de 120 veículos leves e na pesquisa que será realizada até o próximo dia 17 de março serão avaliados 40 veículos a diesel em meio ao tráfego.
A CETESB conta com o apoio de quatro cientistas da Universidade da Califórnia e Universidade do Chile, cuja participação foi organizada pelo ISSRC, além de técnicos do CONPET. A EMTU – Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos, o SPTrans, que responde pelo transporte de ônibus na Capital, e a FETCESP – Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Estado de São Paulo colaboraram na seleção dos ônibus e caminhões que estão sendo avaliados.
Coube ao CONPET, que recentemente firmou convênio com a CETESB, fornecer a infra-estrutura logística para a realização dos trabalho. A Viação Santa Brígida – empresa reconhecida pela excelência na gestão ambiental da frota – cedeu o espaço em sua garagem na Vila Jaguara, em São Paulo, para as operações de campo, além do fornecimento de veículos para os testes.
Assessoria de imprensa da Cetesb
J.C.
