No Dia Contra a Aids, Emílio Ribas ganha mais verba

Jornal da Tarde - Sexta-feira, 02 de dezembro de 2005

sex, 02/12/2005 - 18h41 | Do Portal do Governo

CAMILA ANAUATE

Instituto ganhou mais R$ 3 milhões para ampliar ambulatório e construir dois novos pavimentos

No Dia Mundial de Luta Contra a Aids, o Instituto de Infectologia Emílio Ribas, considerado o maior centro de referência de doenças infecto-contagiosas da América Latina, ganhou R$ 3 milhões do governo do Estado para ampliar seu ambulatório. Serão construídos dois novos pavimentos, o que deve aumentar em 15% a capacidade de atendimento.

O ambulatório recebe hoje seis mil pessoas por mês. Depois das obras, chegará a atender sete mil. Outra novidade será a ala específica para portadores de tuberculose multi-resistente, que precisam de medicamentos mais fortes.

‘Vamos deixar o Emílio Ribas nos trinques’, disse ontem o governador Geraldo Alckmin, quando autorizou a liberação de recursos para o hospital. ‘Já reformamos o pronto-socorro e entregamos o anfiteatro’, lembrou.

O governador também anunciou ontem a criação do Comitê Estadual de Prevenção e Tratamento de Doenças Ligadas aos Afrodescendentes, para capacitar profissionais de saúde.

‘Há muitas doenças ligadas a etnias. Por exemplo, os afrodescendentes têm predisposição maior à hipertensão’, explicou Alckmin, que também é médico. O comitê pretende identificar essas doenças e definir políticas de prevenção.

É entre a população negra, por exemplo, que a incidência de aids está aumentando. Segundo o coordenador adjunto do Programa Estadual DST/Aids, Artur Kalichman, a maioria dos novos casos da doença ocorre entre negros. ‘E a taxa de mortalidade por aids também’, completou.

Kalichman atribuiu o quadro atual às desigualdades socioeconômicas. ‘Os negros são a maior parte da população pobre’. Mas, de um modo geral, no Brasil e em São Paulo, houve desacelaração da epidemia desde o início da década de 90. Segundo o médico, também houve queda, desde 1995, na taxa de mortalidade