SP ajuda para acabar com o veto no exterior

O Estado de S.Paulo - Sexta-feira, 18 de Novembro de 2005

sex, 18/11/2005 - 11h05 | Do Portal do Governo

Abertura de fronteiras com MS é mais um argumento a favor da carne brasileira

Agnaldo Brito

A abertura das fronteiras de São Paulo para a entrada do gado vivo e de carne com osso originados em Mato Grosso do Sul e no Paraná tem alcance mais amplo do que o regional. A suspensão do bloqueio paulista aos principais produtos dos Estados vizinhos oferece aos negociadores brasileiros (governamentais e privados) mais um argumento para tentar derrubar os embargos declarados por 49 países dos 172 que compram carne bovina do Brasil.

O bloqueio à carne bovina do Brasil em razão dos casos de febre aftosa em Mato Grosso do Sul e das suspeitas que ainda recaem sobre quatro municípios do Paraná deve provocar um prejuízo entre US$ 180 milhões a US$ 300 milhões ao País até dezembro, avalia São Paulo. O Brasil projetava exportar US$ 3 bilhões este ano.

A suspensão do bloqueio sanitário em São Paulo pode ajudar a derrubar embargos de importantes compradores, como a União Européia e o Chile. Ambos, que ocupam a 1ª e 3ª posições entre os compradores de carne do Brasil, incluíram o Estado de São Paulo no embargo. Por São Paulo, passam mais da metade da carne bovina embarcada para o exterior.

‘O Estado não tem o maior rebanho brasileiro, mas no ano passado respondeu por 69% da carne exportada. A partir desta medida adotada por São Paulo, o Brasil tem de tentar derrubar os embargos’, disse o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. O setor acredita depois das medidas tomadas por São Paulo pode ficar mais fácil negociar suspensões ou abrandamentos dos embargos. A retirada de São Paulo da lista de Estados vetados para exportação reduz o impacto na balança comercial.

O governador negou que a entrada de gado do Paraná e Mato Grosso do Sul no Estado vá ampliar as preocupações dos importadores. Segundo ele, os critérios que normatizam esta decisão são rígidos. Continuam proibidos, por exemplo, a entrada de gado das zonas sob suspeição e infectadas. São 41 municípios (36 do Paraná e 5 de Mato Grosso do Sul) de onde não pode sair qualquer produto de origem bovina ou suína.

O secretário de Agricultura de São Paulo, Duarte Nogueira, afirmou que as carretas lacradas trarão gado para abate imediato. O transporte só pode ser feita pelos oito corredores sanitários. São 3 vias na divisa com o Mato Grosso do Sul e 5 na fronteira com o Paraná.