SP registrará casos para evitar intoxicações

A Tribuna - Quarta-feira, 9 de novembro de 2005

qua, 09/11/2005 - 16h00 | Do Portal do Governo

Da Reportagem

O Estado vai começar a registrar as ocorrências de intoxicação aguda com atendimento no Sistema Único de Saúde (SUS). O objetivo é, com os dados tabulados, estabelecer ações de vigilância e prevenção sobre o problema, que afeta principalmente crianças entre 1 e 4 anos, vítimas de acidentes domésticos, na maioria dos casos, com medicamentos e produtos de limpeza.

O sistema de atendimento atual para casos de intoxicação aguda (que podem levar à morte) é formado por 11 centros de controle espalhados pelo Estado — o da Baixada Santista é mantido por um consórcio de municípios e funciona no Hospital Guilherme Álvaro.

Os centros operam com plantonistas, que oferecem orientações de tratamento aos hospitais e prontos-socorros sempre que um paciente com sintomas de intoxicação é admitido.

De acordo com Eliane Gandolfi, coordenadora do Núcleo de Toxicovigilância do Centro de Vigilância Sanitária do Estado, os centros não têm a atribuição de cadastrar os atendimentos prestados.

‘‘Mesmo assim, estatísticas informais registram cerca de 25 mil atendimentos por ano’’, diz Eliane, ressaltando ainda que os dados estão subdimensionados, visto que muitas situações também não chegam aos centros de controle.

Ela esteve ontem na Associação dos Médicos de Santos, apresentando a proposta aos profissionais da região e abrindo as discussões sobre como funcionará o registro do caso nas unidades de saúde.

Ranking
Pelo levantamento atual, os medicamentos são os principais causadores de intoxicação, especialmente por conta da automedicação. Antiinflamatórios e antidepressivos lideram a lista.

Problemas com agrotóxicos rurais — inclusive inseticidas — produtos de limpeza doméstica e animais peçonhentos vêm em seguida. Os casos domésticos são agravados pelo armazenamento de produtos químicos em garrafas de refrigerantes, que confundem as crianças.

Os acidentes e as tentativas de homicídio respodem por quase 100% das circunstâncias dos casos. ‘‘Queremos implementar um sistema estadual de informação mais completo, com registro do caso, evolução e desfecho’’.
Casos crônicos

O Núcleo de Toxicovigilância também pretende reunir dados sobre intoxicações ocupacionais — de trabalho, com substâncias químicas que provocam problemas crônicos, com reflexos apenas a longo prazo.