Incor gerenciará serviço médico em Osasco

Folha de S. Paulo - Quinta-feira, 19 de maio de 2005

qui, 19/05/2005 - 9h20 | Do Portal do Governo

Parceria entre prefeitura da Grande São Paulo e instituto visa melhorar organização e fazer atendimento básico no município

Cláudia Collucci
Da Reportagem Local

A partir do próximo mês, o Incor (Instituto do Coração) do Hospital das Clínicas de São Paulo vai gerir todo o atendimento cardiológico de Osasco (Grande São Paulo) por meio de uma parceria firmada com a prefeitura local.

Pelo acordo, o Incor integrará a área cardiológica do hospital central de Osasco, duas policlínicas, 34 unidades básicas de saúde, um centro de diagnóstico básico e um laboratório de análises clínicas.

Não há prazo para o fim da parceria. Dois médicos que farão a gestão do sistema são funcionários do Incor. Os profissionais que atuarão no atendimento de pacientes são da prefeitura.

A cidade de Osasco está investindo R$ 3 milhões na compra de equipamento e reforma de prédios. O município tem 680 mil habitantes e ao menos 3.000 moradores são pacientes do Incor – que atende 270 mil por ano.

A parceria entre o Incor, ligado ao governo estadual de Geraldo Alckmin (PSDB), e a Prefeitura de Osasco, do petista Emídio de Souza, foi firmada no mês passado.

Segundo José Antonio Ramires, presidente do Conselho Diretor do Incor, o órgão foi procurado em fevereiro pela prefeitura em razão de um projeto semelhante feito na zona sul de São Paulo.

A idéia, afirma ele, é que todos os casos de baixa complexidade e as emergências cardiológicas sejam atendidos em Osasco. ‘Muita gente que vem para cá [Incor-SP] sem necessidade e que fica na fila de espera poderá ser atendida rapidamente na sua cidade.’

O plano será implantado em duas fases, até o final do ano. Começa com a instalação, até julho, de uma unidade de atendimento cardiológico, para 2.000 consultas mensais e 1.200 exames básicos, como eletrocardiogramas e mapeamento de pressão arterial.

Ainda em julho, está previsto o início do funcionamento da unidade cardiológica do hospital Antônio Giglio, que terá diagnóstico básico e 14 leitos de internação.

A segunda fase prevê a implantação, entre outubro e novembro, de uma outra unidade, com ambulatório para 2.000 consultas/mês, uma UTI cardiológica com seis leitos e um pronto-socorro.

Segundo o secretário da Saúde de Osasco, Faisal Cury, até a planta física dos prédios a serem usados na parceria terá as características do Instituto do Coração.

Os prontuários dos pacientes, diz, estarão ligados ao sistema do Incor, que seguirá recebendo moradores de Osasco que precisem de cirurgias mais complexas.

Segundo Ramires, o modelo objetiva otimizar a capacidade instalada e os recursos materiais e humanos da rede pública de saúde de Osasco. ‘É um passo importante para a efetiva operacionalização do SUS na cidade.’

Projeto piloto

A zona sul de São Paulo sediou, durante nove anos, um modelo de gestão do Incor parecido com o que Osasco terá. O programa funcionou, de 1995 a 2004, no Núcleo Regional da Saúde 5 e no Hospital Ipiranga, por meio de um convênio com a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo.

Nesse projeto, foram envolvidos 57 unidades ambulatoriais e quatro hospitais de São Paulo que, juntos, respondem pelo atendimento cardiológico de aproximadamente 7.000 pacientes por mês – a população dessa região é de 2,5 milhões.

O Incor ficou responsável pela organização do sistema de atendimento, pelo controle de dados de gerenciamento e epidemiológicos e pela capacitação dos médicos.