Há 32 anos, comemora-se no Brasil o dia 20 de novembro como “Dia Nacional da Consciência Negra”. Nessa data, em 1695, foi morto Zumbi, um dos últimos líderes do Quilombo dos Palmares, em Alagoas. Seu nome se transformou num ícone de resistência negra ao escravismo e da luta pela liberdade. Faz tempo que o fato tem sido aproveitado para ampliar o debate sobre questões seculares
diretamente ligadas à parcela afro-brasileira da população, além de celebrar sua história e riqueza cultural.
Para celebrar o dia, a Secretaria de Estado da Cultura promove neste mês uma maratona de eventos que promete dar sua contribuição ao debate de questões de interesse não apenas da comunidade negra. Busca também a tradição e produção artística e intelectual afro-brasileira. Coordenada pela Assessoria para Gêneros e Etnias, a programação “Por um Mundo de igualdade”
inclui seminários, palestras, concurso literário, peça teatral, muita música e workshops em várias cidades.
No interior, haverá oficinas sobre patrimônio histórico afro-brasileiro em Sorocaba, Jundiaí, São João da Boa Vista, Araraquara e Piracicaba. Ainda fora da capital, dentro do projeto Todos os Cantos, será realizada uma série de seminários intitulados “Africanidade em Todos os Cantos”, sobre a história das culturas africanas e afro-brasileiras em cinco cidades – Pontal, Cunha, Itararé, Salmorão e Ibiúna. O foco é a divulgação da lei 10.639, de janeiro de 2003, que determina a inclusão de uma disciplina sobre cultura negra nas escolas. A partir de pontos estratégicos, a série pretende reunir moradores de localidades próximas.
No dia 9, foi lançado o Concurso Estadual de Literatura Carolina de Jesus para estimular autores a escreverem contos que refletem a temática negra na sociedade brasileira. Podem participar maiores de 16 anos na categoria de contos. Os três primeiros colocados receberão: R$ 1,5 mil, R$ 1 mil e R$ 800, respectivamente. A mineira Carolina Maria de Jesus nasceu em Sacramento, interior de Minas Gerais, em 1914. Neta de escravos, ficou famosa quando publicou Quarto de Despejo, que reúne os diários de uma favelada negra, semianalfabeta, que causou grande impacto nos meios acadêmicos.
A área de música reserva atrações imperdíveis. No dia 18, a Oficina Oswald de Andrade apresenta sarau literomusical em homenagem ao compositor Cartola. A Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), no Brás, promove de 15 a 21 uma maratona musical com gêneros de música negra, além de palestras e exposição.
No dia 19, no Theatro São Pedro, será mostrada a Antologia da Filarmônica Afro-brasileira. Fundada em 1998, em Campos do Jordão, o grupo possui cem integrantes. No concerto, obras de Mozart, Spirituals e peças próprias. Dia 20, a Filarmônica e o Quinteto em Branco e Preto executam clássicos da música brasileira e composições próprias.
De 23 a 28, o Museu da Imagem e do Som promove o festival Multimídia Negra com exibição de curtas e longas-metragens em cinema e vídeo. Entre as atrações, o premiado Filhas do Vento (Joel Zito), Família Alcântara (Daniel Santiago) e Narciso Rap (Jéferson De). Na categoria vídeo, os destaques são Preto e Branco (Carlos Nader) e Preto x Branco (Vagner Morales). Estão
programadas ainda performances de DJs e fotografia.
No Teatro Sérgio Cardoso, nos dias 24 e 25, será encenado o espetáculo gastronômico Cheiro da Feijoada, de Thomas Bakk, com direção e interpretação de Iléa Ferraz e percussão de Rafael do Vale. Confira a programação no site: www.cultura.sp.gov.br.
Da Secretaria de Estado da Cultura
(LRK)
