USP: Centro Universitário Maria Antonia abre exposições com entrada franca

Mostras Unilabor, Fotografias de Lévi-Strauss, Fernanda Gomes, Eduardo Coimbra e Amália Giacomini vão até o dia 28 de novembro

sex, 22/10/2004 - 9h37 | Do Portal do Governo

O Centro Universitário Maria Antonia, da USP, abriu ontem, dia 21, uma nova série de exposições, com entrada grátis. Na sala principal, a Unilabor 50 anos – desenho industrial, arte moderna e auto-gestão operária, sob curadoria do arquiteto Mauro Claro, focaliza a experiência da fábrica de móveis Unilabor, que funcionou em São Paulo entre 1954 e 1967, em regime de cooperação entre operários e fundadores. As instalações incluíam a Capela do Cristo Operário, onde artistas como Alfredo Volpi e Bruno Giorgi realizaram murais, vitrais e esculturas.

Além de 30 móveis de época produzidos pela empresa, que unia o design moderno à concepção humanista do trabalho, a exposição tem painéis com fotos e textos.

Claude Lévi-Strauss – A exposição Fotografias de Lévi-Strauss apresenta 33 fotografias do antropólogo belga, em sua passagem por São Paulo, nos anos 30, época em que foi convidado a integrar a equipe de professores franceses que deram aulas nos primeiros anos de funcionamento da USP. As fotos mostram o cotidiano da vida na cidade, às vésperas de se transformar na maior metrópole do País.

Graduado em Letras pela Sorbonne, em 1931, Lévi-Strauss publicou suas principais obras nas décadas de 50 e 60, demonstrando a aplicação do método estruturalista na análise de fenômenos culturais no campo da antropologia. Seu interesse por fotografia era partilhado com o pai, pintor que utilizava fotos para seu estudo de poses. Durante sua estada no Brasil, empregava uma câmera Leica (35 mm) e uma Voigtlander (6 x 6 cm). A exposição tem o apoio do consulado geral da França, em São Paulo.

Fernanda Gomes – A instalação de Fernanda Gomes ocupa outra sala para exposições do MariAntonia. A artista utiliza materiais diversos como restos de papel, ímãs, pedaços de madeira, cordas, caixas e outros objetos, muitas vezes coletados pela artista na própria ocasião da montagem, conferindo-lhes um novo significado. Nascida no Rio de Janeiro, recebeu o 4º Prêmio Scipione, em Macerata, na Itália, em 2000. Sua exposição individual mais recente foi este ano, no Museu de Arte da Pampulha, em Belo Horizonte.

A artista participou, em 2003, da 50ª Bienal de Veneza e, em 1998, da 11ª Bienal de Sidney. Já realizou exposições na Galeria Luisa Strina, em São Paulo, na Adam Art Gallery, Wellington, Nova Zelândia, e na Baumgartner Gallery, Nova York, entre outras.

Eduardo Coimbra – A exposição Veículo para todos os pisos, de Eduardo Coimbra, consiste numa peça de chão e duas de paredes. A de chão é feita de diversas rodas, de materiais variados, e tubos que as conectam a um eixo central. Escadas é o título dos dois trabalhos de parede, que são objetos-maquetes com sucessivas escadas que se acumulam, entrecruzam e sobrepõem, formando caminhos e passagens. As paredes laterais das escadas têm várias portas que sugerem um universo subjacente a essa superfície de deslocamentos.

Co-editor da revista de arte Item, Eduardo Coimbra foi premiado no 3º Salão MAM-Bahia, Salvador, em 1996, e no 15º Salão Carioca de Arte, Rio de Janeiro, em 1991. Entre suas exposições individuais, destacam-se Do Conceito ao Espaço, em 2002, no Instituto Tomie Ohtake, São Paulo, e Compactações Atmosféricas, no Centro Cultural São Paulo, 1993.

Amália Giacomini – Módulo é o título da mostra apresentada por Amália Giacomini, que lida com a percepção do espaço tridimensional e seu entendimento como medida – um dos problemas centrais da forma na arte, tematizado pelas teorias artísticas contemporâneas por meio do conceito de grade. Formada em Arquitetura e Urbanismo na USP, Amália já realizou exposições individuais no Centro Cultural São Paulo, em 2004, na Funarte, no Rio de Janeiro, no ano passado e, em 2002, na Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Atualmente, cursa Especialização em História da Arte e Arquitetura na Puc-Rio.

Esta exposição é a primeira de uma série resultante de acordo entre o Centro Universitário MariaAntonia e a Escola de Artes Visuais do Parque Lage, que enviarão, respectivamente, a São Paulo e ao Rio de Janeiro, artistas que expuseram nas duas instituições.

Livros e mesa-redonda – Na abertura das exposições foram lançados dois livros: Eduardo Coimbra e Unilabor – desenho industrial, arte moderna e auto-gestão operária. O primeiro, da Editora Casa da Palavra, aborda 12 anos da produção de Eduardo Coimbra com textos de Glória Ferreira, Adolfo Montejo Navas e conversas entre o artista e críticos como Ligia Canongia e João Modé. O outro, (Ed. Senac-São Paulo), traz resultado da pesquisa realizada durante vários anos, por Mauro Claro, sobre o tema da exposição. Com esse mesmo assunto, Unilabor 50 anos, fará uma mesa-redonda com Mauro Claro, Paul Singer, Abel Pinto de Oliveira e Marcel Marmor, no dia 6, às 11 horas.

SERVIÇO
Exposições Unilabor, Fotografias de Lévi-Strauss, Fernanda Gomes, Eduardo Coimbra e Amália Giacomini vão até o dia 28 de novembro, de segunda a sexta-feira, das 12 às 21 horas. Sábados, domingos e feriados, das 10 às 18 horas. A entrada é franca. O Centro Universitário Maria Antonia da USP fica na Rua MariaAntonia, 294 – São Paulo. Tel. (11) 3237-1815. Visitas deverão ser agendadas pelo telefone (11) 3257-2760

Assessoria de Imprensa do Centro Universitário/USP MariaAntonia
Da Agência Imprensa Oficial