Denarc apreende 3,1 mil pedras de crack

Jornal da Tarde - São Paulo - Quinta-feira, 12 de agosto de 2004

qui, 12/08/2004 - 9h32 | Do Portal do Governo

Três homens foram presos em um apartamento na Armênia, região Central. No local funcionava um laboratório de fabricação, onde foram encontrados ainda 5 kg da droga em embalagens de alumínio.

MARIANA PINTO

Policiais do Departamento de Investigações Sobre Narcóticos (Denarc) prenderam ontem três homens acusados de tráfico de drogas. Eles estavam em um apartamento na região da Estação Armênia do metrô, no Centro, onde funcionava um laboratório de fabricação de crack. Lá havia aproximadamente 5 kg da droga e 3,1 mil pedras prontas para o consumo. O entorpecente abastecia pequenos traficantes da Cracolândia, no Centro.
Denício Francisco Borges, o Dinho, 47 anos, apontado pela polícia como o dono da droga, foi preso às 7h em frente ao prédio onde funcionava o laboratório, na Rua Deocleciana. De acordo com a polícia, ele estava com viagem marcada para hoje. O local, no entanto, não foi divulgado. Borges foi com os investigadores até o laboratório, um apartamento de dois quartos, sala, cozinha e banheiro, no segundo andar do edifício.

Lá foram presos Wagner José da Silva, 23 anos, e o boliviano Edwin Parra Ledezma, 21. De acordo com o delegado Cosmo Stikovics, da 3ª Delegacia de Investigação sobre Entorpecentes (Dise) do Denarc, a pasta base da coca (produto usado na fabricação do crack) era trazida da Bolívia em cápsulas, ingeridas por mulas, a maioria delas bolivianas. ‘Vim buscar um dinheiro para um amigo. Não sabia de nada’, disse Edwin. Os outros presos recusaram-se a dar entrevistas.

No apartamento, as cápsulas eram defecadas. A pasta, então, era misturada a porções de bicarbonato de sódio e levada ao fogo. Em seguida, o produto passava por um choque térmico e era posto para secar em embalagens de alumínio. Depois era cortado em pequenas pedras, embaladas em porções de 50 unidades. Segundo a polícia, cada pedra é vendida a R$ 10. O quilo do crack chega a custar R$ 9 mil. O preço varia conforme a qualidade da pasta de cocaína usada para a sua fabricação.

Investigadores encontraram ainda no apartamento duas pistolas, uma calibre 45 e outra 380, além de uma balança. Lá também havia uma caixa com 49 munições para pistola calibre 40. A polícia suspeita de que no mínimo outras três pessoas participavam da confecção do crack e das embalagens.

Pelos cálculos dos investigadores, o laboratório chegava a produzir 20 kg da droga por semana. Foi apreendido R$ 1 mil. A maior parte do dinheiro era de cédulas de R$ 1 e R$ 2.