Durante a Semana Mundial de Aleitamento materno, celebrada em agosto, a equipe do Banco de Leite Humano do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HCFMB), da Universidade Estadual Paulista (Unesp), participou da promoção de atividades para conscientizar a população da região.
As ações foram organizadas em parceria com o Rotary Clube Botucatu Bons Ares, Malu Ornelas e Supermercados Confiança. De acordo com especialistas, a amamentação previne a fome e a desnutrição em todas as suas formas e garante a segurança alimentar dos bebês.
Apresentações
Por isso, a campanha Agosto Dourado foi criada para estimular a prática, além da doação de leite humano e educação das mães para o tema. Na última quinta-feira (16), a Faculdade de Medicina de Botucatu recebeu uma série de palestras de sensibilização em prol do aleitamento materno, com a organização do Núcleo de Capacitação e Desenvolvimento de Recursos Humanos do HCFMB.
Participaram do evento profissionais da saúde, alunos da graduação e pós-graduação, funcionários e mães. A psicóloga Danielle Marinho Viegas Emílio, mestre em saúde coletiva e técnica em banco de leite, ministrou a palestra “Fatores associados à autoeficácia para amamentação de mães de bebês prematuros”. Segundo ela, com o passar do tempo, o poder público desenvolveu diversos meios de incentivo ao aleitamento materno.
“Nos anos 1960, o Ministério da Saúde desenvolveu campanhas para aumentar os índices de aleitamento materno. Em Botucatu, um estudo realizado em 2007 constatou que 38% dos bebês menores de quatro meses mamavam exclusivamente no peito. Portanto, quanto maior incentivo à autoeficácia dessas mulheres, maior será o tempo que elas passarão amamentando”, enfatiza a psicóloga.
Desafios
A segunda palestra da tarde foi conduzida por Andrea Penha Spinola Fernandes, coordenadora do Centro de Referência de Banco de Leite Humano da Região Metropolitana de São Paulo. O tema abordado foi “Leite humano para prematuros: mitos e desafios”.
Ela relata que nem sempre os bebês internados têm disponível o leite da própria mãe. “Nesses casos, recorremos às doadoras, e em último caso, ao uso da fórmula. O leite humano é a única substância bioativa essencial para o sistema imune e digestivo do recém-nascido. Se nutrirmos adequadamente os bebês prematuros, as intercorrências e a morbidade do período neonatal serão reduzidos”, explica.
A apresentação que fechou a tarde tratou do assunto “Amamentação é a Base da Vida”, apresentada por Yechiel Moises Chencinski, presidente do Departamento Científico de Aleitamento Materno SP, criador e incentivador do movimento “Eu apoio leite materno”.
O palestrante fez um panorama do cenário mundial sobre o setor e apresentou conquistas de ações do tipo ao longo do tempo. “Amamentar nem sempre é fácil. Muitas mulheres encontram dificuldades, dores e falta de conhecimento nesse momento. Por isso, devemos falar sobre aleitamento materno não só durante a semana ou mês de campanhas. A educação dessas mães trará diversos benefícios a elas e aos bebês. Afinal, a amamentação é a base da vida”, avalia.
De acordo com a nutricionista Renata Pavesi, a imunização promovida pelo produto é essencial para as crianças. “Se o nosso corpo produz um leite próprio para os filhos, não há motivos para usar outros recursos. O leite materno possui alto nível digestível e muitos fatores imunológicos”, enfatiza.