Sistema mantém os trens na linha

Jornal da Tarde - Informática - Quinta-feira, 29 de abril de 2004

qui, 29/04/2004 - 11h40 | Do Portal do Governo

Cada vez mais, a tecnologia trafega pelos trilhos da CPTM. Nos painéis de controle, dá para saber tudo o que acontece nos seus quase 300 km de vias

ROSELI ANDRION

Seus quase 276 quilômetros de vias, divididos por seis linhas, transportam mais de 350 milhões de passageiros por ano – cerca de 1 milhão por dia. Com tamanha responsabilidade, a Companhia Paulista de Trens Metropolitnos (CPTM) investe cada vez mais em tecnologia para garantir que as viagens sejam tranqüilas.

No Centro de Controle Operacional (CCO), que funciona ininterruptamente, nove funcionários controlam o sistema. Cinco deles cuidam exclusivamente do painel – cada um é responsável por duas vias, uma que vem e outra que vai. E devem ficar sempre atentos para interferir na operação, quando necessário.

Duas antenas instaladas na parte frontal do trem garantem a comunicação, por radiofreqüência, com os trilhos. ‘O computador de bordo do trem recebe essas informações e ajusta a velocidade automaticamente, conforme a necessidade’, explica Nilton Roberto Herculin, gerente de Circulação e Controle Operacional da CPTM.

Ele conta que, na via, há sensores a cada 800 metros. ‘Se houver um trem parado no terceiro bloco à frente (cerca de 2.400 metros), a velocidade máxima da composição seguinte é 90km/h – o sinal fica verde, liberando a passagem. No caso de um trem no segundo bloco (1.600 metros), a velocidade é diminuída para 50 km/h e o sinal alterado para amarelo. Quando há um veículo no bloco seguinte, a velocidade cai para 20 km/h e o sinal fica vermelho.’ Na via, o sistema é autônomo: se não reconhecer um comando recebido, não o executa.

Circulação vigiada

O tráfego de trens é observado da sala de controle: câmeras instaladas nas plataformas vigiam todo o movimento. ‘Se houver problemas com a circulação, temos tempo hábil para agir e corrigi-lo ou para pensar numa solução alternativa.’

Tod a operação das composições é comandada por relés – dispositivos que funcionam como chaves de liga-desliga. ‘Alguns deles, chamados de vitais, ficam na via. Não existe a possibilidade de eles falharem nem de entrarem em curto: uma das extremidades é de prata e a outra de carvão – elas jamais se atrairão’, lembra Herculin. Na Estação Luz estão parte dos relés não-vitais, que em breve serão substituídos por computadores.

Um CCO unificado está em construção na Estação Brás. Previsto para entrar em operação em setembro, vai reunir as equipes que controlam todo o sistema e estão, hoje, instalados no Brás, na Luz e em Presidente Altino. ‘Ali, haverá telões e computadores para comandar todas as linhas da CPTM. E tudo será conectado por modems e cabos de fibra óptica’, diz. Na nova fase da companhia, o intervalo entre os trens será automatizado e os softwares controlarão todo o processo, até a parte que hoje é manual.