Alckmin anunciou ontem obras, que vão custar R$ 2,46 milhões ao Santander Banespa
MAURO MUG
Nem o governador Geraldo Alckmin foi poupado, ontem, pelos pernilongos que infestam parte do Parque Ecológico do Tietê, na zona leste.
Como usava camisa de manga curta, seus braços foram alvos fáceis das picadas dos insetos. Algumas pessoas, mais precavidas, recorreram a repelentes, sem muito sucesso.
A coceira provocada pelas picadas não tirou o bom humor de Alckmin. O governador enfrentou uma verdadeira maratona de duas horas e meia de caminhadas e visitas a vários setores do parque para anunciar o programa de reformas e melhorias do Ecológico do Tietê, que ontem comemorou 22 anos de existência. As obras serão iniciadas hoje. A previsão é que elas estejam concluídas num prazo de cinco meses.
Por alguns minutos, Alckmin interrompeu o show do cantor Leonardo para anunciar as novidades ao público. Deu pontapé inicial num jogo que não houve: o adversário do Central Futebol Clube, de Engenheiro Goulart – o CSL, de São Miguel – não compareceu para jogar. Foi o primeiro a dar o saque no jogo de vôlei entre os atletas do Projeto Futuro de Voleibol e operou uma retroescavadeira, retirando parte do piso danificado de uma quadra poliesportiva. Assistiu a uma apresentação do grupo Bate Lata, deu autógrafos e distribuiu beijos e abraços, principalmente para as crianças e mulheres.
Animais – Antes, participou da cerimônia que deu o nome do sertanista Orlando Villas-Boas ao Centro de Recuperação de Animais Silvestres (Cras). A viúva do sertanista, Marina Villas-Boas, descerrou a placa junto da entrada do centro, local onde a proliferação de pernilongos mostrou-se mais intensa.
Em janeiro, Alckmin visitou o parque e não gostou do que viu: mato alto, grama não cortada, muita sujeira, brinquedos danificados. Também ouviu muitas reclamações dos freqüentadores, principalmente das mulheres da terceira idade.
‘O parque estava com aparência de abandono. Puxei a orelha de todo mundo. Agora, dois meses depois, estou aqui para anunciar a reforma deste espaço, que é uma praia para os 4,5 milhões de moradores da zona leste.’ A recuperação será feita em parceria com o banco Santander Banespa, que vai investir R$ 2,46 milhões no projeto.
De acordo com o governador, a recuperação do espaço será feita com base no projeto original do arquiteto Ruy Ohtake, da década de 70. O Ecológico do Tietê, com seus lagos, ocupa uma área de 14 milhões de metros quadrados, entre a Barragem da Penha e Guarulhos.
Ampliação – O projeto prevê a reforma das trilhas, com medições a cada 100 metros, do parque aquático, das cinco quadras poliesportivas, dos quatro campos de futebol e dos quatro sanitários públicos, além da ampliação do Museu do Tietê e do Cras. ‘Vamos construir um bloco único com oito vestiários e banheiros, oito módulos de churrasqueiras, duas pistas de bocha, calçar a entrada desde a portaria até o prédio da administração, recuperar todo o gramado’, disse Alckmin.
O local recebe uma média de 40 mil visitantes a cada fim de semana. ‘Dentro do programa de revitalização dos parques da cidade escolhemos o Ecológico do Tietê por causa da grande carência de áreas de lazer que tem a zona leste’, explicou o presidente do Santander Banespa, Gabriel Jaramillo.
Bosque – Em comemoração ao aniversário do parque será criado o Bosque da Diversidade. Ele vai ocupar uma área de 100 mil metros quadrados e terá mais de 3 mil árvores de 100 espécies. Nele, tanto pessoas físicas, quanto jurídicas poderão adotar as árvores, que receberão placas com o nome do colaborador.
Ontem, foi realizado o plantio das primeiras 500 árvores. O viveiro do parque produz, por ano, 75 mil mudas de espécies da mata atlântica para a recuperar a vegetação do Ecológico do Tietê.
