Em janeiro, 69.516 universitários se inscreveram para tentar obter bolsa do Programa Escola da Família, da Secretaria Estadual da Educação. Esse número representa crescimento de 54% em relação a todas as inscrições de 2003. No ano passado, 9.190 bolsistas trabalhavam nas escolas estaduais nos finais de semana. No mês passado, foram classificados outros 8.132 estudantes. Ainda há 7.678 vagas para completar as 25 mil bolsas que o programa colocou à disposição.
Eliel Correia Gomes, aluno do último semestre de Ciências da Computação da Uninove, inscreveu-se em dezembro e foi chamado no mesmo mês para atuar no Escola da Família. “Algumas escolas tinham urgência de bolsistas”, comemora o universitário que, com o programa, teve garantida a continuidade no curso. Como havia perdido o emprego em meados de 2003, corria o risco de ter de interromper os estudos não fosse a bolsa. Ficou livre de uma mensalidade de R$ 640.
Um dos benefícios do programa é a bolsa integral da faculdade. A Secretaria da Educação custeia metade da mensalidade, até um teto de R$ 267, e a instituição de ensino onde o aluno estuda arca com o restante do valor. De acordo com a coordenadora-executiva do programa, Cristina Cordeiro, esse benefício é um dos responsáveis pelo sucesso das inscrições em janeiro. “Quem consegue uma vaga no não paga um centavo da mensalidade enquanto for bolsista.”
Experiência valiosa
Com jornada semanal de 16 horas – cumpridas 8 no sábado e 8 no domingo na Escola Estadual Vitória Napoleão, na Vila Sílvia II, zona leste, capital – Eliel descobriu outros benefícios. “Interagimos com a criançada, umas são amigáveis, outras nervosas. Aprendemos a lidar com as diferenças.” Ele acredita que essa experiência será valiosa no futuro. “Um dos campos de atuação na minha área é dar suporte técnico. Se eu for trabalhar com isso sei que encontrarei pessoas amigáveis e outras nem tanto.”
Bolsista na mesma escola, Rodrigo Arruda também recebeu benefícios pessoais. “Melhorei minha capacidade de comunicação e de relacionamento depois que comecei a participar do Escola da Família.” Ainda destaca a importância do programa para quem mora nas proximidades da escola. “Promove lazer para crianças; é um grande projeto de inclusão social.” Aluno de Administração e Marketing da Faculdade Anglo Latina, desde dezembro deixou de desembolsar R$ 650 de mensalidade.
Programa garantiu cultura e lazer a 10 milhões de pessoas em 2003
Desde o lançamento do Programa Escola da Família, em agosto do ano passado, 5.306 escolas da rede estadual permanecem abertas nos finais de semana para receber alunos, pais e comunidade. Mais de 10 milhões de pessoas passaram pelas atividades do programa no ano passado. Cultura, esporte, saúde e qualificação para o trabalho são as frentes de atuação do Escola da Família.
Desenvolvido pela Secretaria Estadual da Educação em parceria com a Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco), o projeto teve investimentos de R$ 60 milhões em 2003. A previsão para este ano é de mais R$ 184 milhões.
Administrado pelas 89 Diretorias Regionais de Ensino, o programa tem 303 coordenadores de área, responsáveis pelo acompanhamento das escolas. As atividades de coordenação ficam por conta de 5.479 educadores profissionais. Há, ainda, 82 supervisores de ensino, 89 assistentes técnico-pedagógicos, 4.449 diretores ou vice-diretores, 642 professores coordenadores, 5.856 voluntários, além dos 17.322 universitários bolsistas.
Como se candidatar
Para ser bolsista, o universitário precisa ter cursado as três séries do ensino médio na rede pública estadual e estar fazendo curso superior numa das 300 faculdades ou universidades parceiras do Escola da Família. Para se candidatar a uma bolsa é só preencher o cadastro no site www.escoladafamilia.sp.gov.br.
Sirlaine Aiala
Da Agência Imprensa Oficial
(AM)
