A Operação Mata Fogo, realizada no período de junho a outubro deste ano, registrou 861 focos de incêndio em campos e matas, que provocaram a queima de 8.374,84 hectares no Estado de São Paulo.
Estes números indicam um aumento de 665,12 hectares de áreas queimadas em relação ao ano de 2002, quando o total queimado foi de 7.709,72 hectares. O número de focos de incêndios registrados, no entanto, foi menor que os 5.409 registrados no ano anterior.
A Operação Mata Fogo é uma das ações desenvolvidas pelo Departamento Estadual de Proteção dos Recursos Naturais (DEPRN), órgão da Secretaria do Meio Ambiente do Estado, nos meses mais frios do ano quando a falta de chuvas propicia a ocorrência de incêndios florestais.
Segundo o levantamento, a área queimada em 2003 é maior também que a registrada em 2001, quando foram queimados 8.067,53 hectares de vegetação no Estado, em conseqüência de 4.460 focos de incêndio. As maiores ocorrências nos últimos três anos, no entanto, foram registradas no ano de 2000, quando 9.009,53 hectares foram consumidos pelo fogo, em 3.424 ocorrências.
Este ano, o tipo de vegetação mais atingido foi o campo, com 5.058,95 hectares. Os municípios campeões em queimadas foram Catanduva e Igarapava. Quando o critério utilizado para o balanço é regional, as regiões que se destacam são o Vale do Paraíba e Campinas.
O maior número de denúncias ou chamadas para o Centro de Controle de Emergências da CETESB, pelo telefone 0800.113560, foi registrado em setembro, mês que registrou também o maior número de ocorrências criminosas, de acordo com o levantamento feito pelos fiscais da agência ambiental e pelos agentes da Polícia Ambiental, que participam da Operação.
Prevenção e Combate
Estes números fazem parte do balanço final da Operação Mata Fogo, realizada anualmente pelo Governo do Estado de São Paulo, que instituiu o Plano de Prevenção a Combate a Incêndios Florestais em 1988, adotando ações preventivas para impedir o surgimento de focos de incêndios nos remanescentes florestais do Estado de São Paulo e otimizar os recursos existentes para a prevenção ou o atendimento às ocorrências.
A coordenação geral do plano é desenvolvida por representantes das secretarias estaduais do Meio Ambiente e da Segurança Pública e da Coordenadoria Estadual da Defesa Civil. A Coordenação Preventiva está a cargo da Secretaria do Meio Ambiente, enquanto a Coordenação de Ações de Combate e a Coordenação Repressiva e de Apoio Preventivo são exercidas pela Secretaria da Segurança Pública e a Coordenação de Apoio em Ações Emergenciais está sob a responsabilidade da Coordenadoria de Defesa Civil do Estado.
Para tentar reduzir o número de ocorrências, a Secretaria do Meio Ambiente desenvolve um programa permanente de conscientização da população, buscando estimular a mudança de comportamento. Estas ações são realizadas por intermédio do DEPRN, em conjunto com a Polícia Ambiental, que além das ações de fiscalização e controle realizam eventos, palestras, distribuição de materiais e outras atividades.
Ao longo do ano de 2003, a Operação Mata Fogo distribuiu CDs com temas educativos e operacionais para os chamados “agentes multiplicadores” em todo o Estado, durante os cursos de treinamento, cuja carga horária é de 36 horas. Além disso, foram ministradas 23 palestras para diferentes públicos e realizadas 24 exposições.
Um ano ruim
Em 2003, foram registradas grandes ocorrências de incêndio no mundo todo. No Brasil começaram a surgir focos de incêndio desde janeiro, com uma das mais longas ocorrências registradas na região do Pantanal. O Estado de Roraima ardeu praticamente por 50 dias e o extremo nordeste do Amazonas também foi atingido. Foram registrados focos de incêndio, ainda, em Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Piauí e Ceará. Apenas no mês de outubro os satélites registraram 43.518 focos de fogo em todo o país.
Em junho, no Canadá, 30 mil hectares foram queimados e em agosto muitos focos foram registrados na América do Sul, com destaque para o Paraguai. Em outubro, cerca de 300 mil hectares de mata foram consumidos pelos incêndios registrados na Califórnia.
Da Assessoria de Imprensa da Secretaria do Meio Ambiente/Eli Serenza/L.S.
