Saúde: Instituto de Ortopedia do Hospital das Clínicas comemora 50 anos

Corpo clínico é formado por cerca de 200 médicos

qua, 30/07/2003 - 10h41 | Do Portal do Governo

O Instituto de Ortopedia e Traumatologia (IOT) do Hospital das Clínicas (HC) comemora 50 anos e homenageia os médicos e funcionários que se destacaram na história da instituição. O instituto é um dos seis que formam o complexo HC e ocupa dois edifícios: o primeiro com 10 pavimentos e o segundo com quatro, totalizando 25 mil m2 de área construída.

Os edifícios destinam-se ao tratamento das enfermidades do aparelho locomotor e abrigam laboratórios de especialidades, entre os quais o de artroscopia; o mais completo banco de tecidos da América do Sul, que recolhe ossos e tendões de doadores vivos; e os laboratórios de microcirurgia, coluna, cirurgia experimental, anatomia patológica e biomecânica. O corpo clínico é formado por aproximadamente 200 médicos – ortopedistas, residentes na especialidade, anestesiologistas, pediatras, geriatras, fisiatras, cirurgiões de tórax e plásticos, urologistas e cardiologistas.

Disciplinas

O IOT é dividido em cinco disciplinas. A primeira é a de traumatologia e microcirurgia (pronto-socorro). “O pronto-socorro de traumatologia é responsável por 50% dos pacientes que chegam ao instituto, incluindo os reimplantes”, explica o professor titular e chefe do Departamento de Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Medicina da USP, dr. Marco Martins Amatuzzi.

Outra disciplina é a de doenças da coluna vertebral, que tem um grande projeto de pesquisa: o transplante de células-tronco. “Estamos esperando resultados brilhantes como regeneração de medula em paraplégicos e de cartilagem articular em artrose, sem falar na regeneração de células do fígado e dos rins.” Segundo o médico, o HC está montando banco de cultura de células. “Há casos de paraplégicos recuperando a sensibilidade, documentados em exame elétrico.”

O Grupo de Ortopedia Geral e Medicina Desportiva atende a desportistas. Segundo o Dr. Amatuzzi, o grupo não faz medicina desportiva para atletas. São usadas as técnicas da medicina desportiva sofisticadas na ortopedia em geral. A medicina desportiva é a Fórmula 1 da Ortopedia. “Também temos o grupo da terceira idade, que está sendo treinado para correr na São Silvestre. Fomos campeões da terceira idade na maratona anterior. Nosso atleta correu em menos de uma hora.” Também está sendo aplicada a medicina desportiva em obesos mórbidos, diabéticos, hipertensos e pacientes com paralisia cerebral.

Existem alguns convênios de atletas de clubes que pagam pelo serviço. “Banespa Vôlei, Sociedade Esportiva Palmeiras e o Clube Atlético Juventus nos ajudam a manter o laboratório”. Equipes de atletismo, vôlei e basquete de Santo André – sem condições financeiras para custear o tratamento e sem patrocínio – são atendidos gratuitamente.

Humanização no tratamento

A disciplina de ortopedia geriátrica e oncologia tem programa extensivo a pacientes lesados medulares e geriátricos. São atendidos e tratados pela equipe multiprofissional do IOT. “O programa permite agilização do processo de internação e alta, com melhor integração do paciente e familiares, otimizando custos de atenção à saúde.” Associado a este programa, o grupo de ortopedia geriátrica e de coluna oferece aos familiares e responsáveis dos pacientes treinamento com a finalidade de prepará-los para a alta hospitalar. Este programa propicia resultados animadores quanto à qualidade de vida e de saúde, verificada nos doentes com afecções do aparelho locomotor. A última disciplina é a ortopedia infantil, que atende às crianças com doenças congênitas do aparelho locomotor.

O instituto mantém, ainda, a oficina de próteses e órteses. Auxilia 500 pacientes por mês que necessitam de fabrico, consertos e manutenção de aparelhos para adaptação e correção dos membros. “Temos também aqui o robô Orthopilot. Ele auxilia na cirurgia de prótese de joelho e garante alinhamento perfeito com sucesso nos resultados. Só existe um na América do Sul, dois nos Estados Unidos e 15 na Europa.”

Segundo Amatuzzi, a ortopedia e traumatologia é uma das únicas especialidades que tende a aumentar. Quanto maior a velocidade dos automóveis, mais serviço para os ortopedistas. Os acidentes no trânsito são responsáveis por elevado número de mortes nas grandes cidades.

Andréa Barros
Da Agência Imprensa Oficial