Agricultura: Secretaria lança 4ª Edição da Campanha Sabor da Colheita do Café

Evento termina no dia 22 de junho

ter, 03/06/2003 - 16h31 | Do Portal do Governo

Neste mês, os paulistanos terão a oportunidade de conhecer alguns dos melhores cafés produzidos pelas indústrias do Estado de São Paulo durante a quarta edição da Campanha Sabor da Colheita do Café, evento promovido pela Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento, com o apoio da Câmara Setorial do Café (órgão ligado à pasta), do Sindicato da Indústria de Café do Estado de São Paulo (Sindicafé-SP) e da Associação Brasileira da Alta Gastronomia (Abaga).

A Campanha foi lançada nesta terça-feira, dia 3, durante um encontro que reuniu o Secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado, Duarte Nogueira, o presidente do Sindicafé-SP e da Câmara Setorial do Café, Nathan Herszkowicz, além do chef Jorge Monti, presidente da Associação Brasileira da Alta Gastronomia (Abaga), e os diretores das três indústrias patrocinadoras e responsáveis pelos cafés finos degustados durante a Campanha: Manu Melotte, da Sara Lee Cafés do Brasil (marca Café Expresso Cafeterie); Irving Vieira, da Melitta do Brasil (Café Melitta Spresso) e João Antônio Lian, do Grupo Sumatra (Doutor Coffee).

Segundo o Secretário Duarte Nogueira, a Campanha, que coincide com o período de colheita do café no Estado, faz parte das ações da Secretaria de Agricultura e Abastecimento em prol da melhoria da qualidade dos produtos agropecuários, entre eles o café. “A Campanha Sabor da Colheita busca valorizar a produção do café de alta qualidade no Estado de São Paulo, com o objetivo de agregar valor ao produto e, consequentemente, aumentar a renda de toda a cadeia produtiva”, afirmou.

Cafés gourmets como os oferecidos pelas empresas patrocinadoras durante a Campanha Sabor da Colheita do Café – 2003 podem ser vendidos no varejo paulista por um preço até três vezes superior ao café comum. “A agregação de valor do café industrializado traz benefícios também ao cafeicultor, que passa a receber das indústrias um valor mais alto pela matéria-prima de alta qualidade”, ressalta o Secretário.

Selo “Produto de São Paulo” – A Campanha Sabor da Colheita, com duração de 20 dias, é somente um dos programas criados pela Secretaria para favorecer o agronegócio café no Estado de São Paulo. O Secretário lembra que São Paulo foi o primeiro Estado do país a implantar o Selo de Qualidade para o Café Torrado e Moído, por meio do Sistema de Qualidade Selo “Produto de São Paulo, que certifica os cafés “Superiores” e “Gourmets” das empresas paulistas de torrefação.

“O Sistema de Qualidade para o café foi um projeto pioneiro, colocado em prática no ano passado, que classifica os produtos industrializados conforme as normas técnicas de aprimoramento da qualidade estabelecidas para o programa”, explica Nogueira.

O café da categoria gourmet é um produto feito com 100% de grãos arábicas (variedade de melhor qualidade, predominante no Brasil) e que, dentro de uma escala de zero a dez pontos, recebem das equipes de técnicos notas acima de 7,6 pontos. Já os cafés classificados como superiores têm 90% dos grãos arábicas e, na mesma escala de zero a dez, recebem pontuações que variam de 6,5 a 7,6.

Quatro empresas paulistas de torrefação do café já foram certificadas pela Fundação Vanzolini, parceira do programa, recebendo autorização para estampar em suas embalagens os Selos de Cafés dos tipos Gourmet e/ou Superiores. Mais de 20 companhias entraram com o pedido para receber o certificado e, no momento, passam por um processo de adequação às normas técnicas estabelecidas para o programa. “Agora a Secretaria, através da Câmara Setorial do Café, está elaborando a norma técnica para o café verde de alta qualidade, próximo produto a receber o Selo Produto de São Paulo, destacou Nogueira.

Hoje, de acordo com o Sindicafé-SP, o Estado de São Paulo responde por 60% ou 180 mil sacas do consumo brasileiro de café gourmet. Existem 100 diferentes marcas de café de alta qualidade no país, sendo 60 delas somente no mercado paulista — há três anos, conforme o Sindicafé-SP, o número de marcas no mercado brasileiro era zero.

No final de abril, durante a feira Agrishow, em Ribeirão Preto, o governador Geraldo Alckmin assinou um decreto que criou uma linha de financiamento para aquisição de máquinas e equipamentos voltados para o preparo do café pós-colheita. Os recursos são do FEAP – Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista, ligado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento. “O objetivo da linha é fazer com que os cafeicultores tenham todas as ferramentas necessárias para desenvolver um café de alta qualidade e, com isso, agregar valor à sua produção”, explicou Nogueira.

O FEAP disponibilizou R$ 2,5 milhões para o projeto (com prazo de pagamento de cinco anos e juros de apenas 4% ao ano), batizado de “Agregação de Valor – Qualidade do Café”, que irá atender 29 municípios paulistas — da região Sudoeste do Estado, que engloba Ourinhos e Avaré. Foram escolhidos as cidades onde são registrados maiores problemas durante a época da colheita, relacionados sobretudo à secagem dos grãos.

O programa é direcionado ao agricultor familiar, com renda anual de até R$ 100 mil. Cada produtor terá direito de até R$ 20 mil para a aquisição de equipamentos (lavador, descascador e desmucilador) e até R$ 5 mil para a aplicação na reforma dos terreiros.

O Estado de São Paulo é o terceiro maior produtor nacional do grão, atrás de Minas Gerais e Espírito Santo, com 12% da oferta brasileira, e o principal centro consumidor da bebida, absorvendo cerca de 40% do produto industrializado. O Estado também é o principal exportador de grão verde do país, por meio do Porto de Santos, que responde por cerca de 50% dos embarques nacionais. “O agronegócio café está dentro das prioridades da Secretaria e continua sendo uma importante ferramenta para o desenvolvimento do Estado, completou o secretário.

GB