Saúde: Estudo do HC comprova que reposição hormonal requer cautela

Pesquisa foi realizada pelo Instituto de Psiquiatria (IPq) do Hospital das Clínicas

seg, 26/05/2003 - 14h33 | Do Portal do Governo

Pesquisa realizada por uma equipe do Instituto de Psiquiatria – IPq – do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP), liderada pelo psiquiatra Joel Rennó Jr, coordenador do Projeto de Atenção à Saúde Mental da Mulher – Pro-Mulher/IPq, estudou os efeitos da terapia de reposição estrogênica sobre o humor, a ansiedade e memória de mulheres menopausadas.

O trabalho envolveu 59 mulheres, entre 45 e 56 anos, divididas aleatoriamente em dois grupos, um que tomava hormônio (estrogênio eqüino conjugado 0,625 mg diário); e outro que recebia substância inócua (placebo).

Todas estavam na menopausa há pelo menos dois anos e apresentavam sintomas depressivos, ansiedade e queixas de memória. Eram pacientes típicas de clínicas ginecológicas de menopausa, provenientes do ambulatório de ginecologia do HC; do Pro-Mulher do IPq e do Hospital Pérola Byington de São Paulo.

O tempo de seguimento do estudo foi de seis ciclos de 28 dias, ou seja, aproximadamente seis meses. Os testes cognitivos e as escalas psicométricas (avaliação do humor e ansiedade) foram aplicados no início e no final do estudo. As pacientes foram acompanhadas mensalmente para controle de dosagens hormanais; checagem de possíveis efeitos colaterais e aderência ao tratamento.

Os resultados negativos inéditos alcançados, indicam que a terapia de reposição hormonal (TRH) deve ser avaliada minuciosamente e individualmente para cada paciente. Em vista dos fatos, de acordo com Joel Rennó, só se deve administrar a TRH após avaliação ginecológica e psiquiátrica detalhadas e discutindo-se com as pacientes os riscos e os benefícios.

Se os benefícios superarem os riscos, e isso significar melhora da qualidade de vida, as pacientes podem fazer uso dessa terapia. Caso contrário, outras alternativas devem ser viabilizadas.

O psiquiatra ressalta ainda que pacientes na perimenopausa (período que se inicia com a queda dos hormônios e pode persistir até um ano após a menopausa) e mais jovens se constituem em um grupo com maiores chances de resposta favorável à TRH, quando comparadas com as menopausadas e mais idosas.

Detalhes completos da pesquisa e outros aspectos relevantes e peculiares da saúde mental da mulher, serão apresentados na I Jornada de Saúde Mental da Mulher, que será realizada nos próximos dias 30 e 31 de maio, no Anfiteatro do Hospital Sírio Libanês – Rua Dona Adma Jafet, 91 – Cerqueira César – SP.

Da Assessoria de Imprensa do IPq do HC

C.C.