Educação: Associação de Pais e Mestres é sinônimo de ‘Escola de Família’

Comunidade tem a oportunidade de participar ativamente da rotina escolar de seus filhos

ter, 22/04/2003 - 15h59 | Do Portal do Governo

Paola Martins, da Assessoria de Imprensa da Secretaria de Estado da Educação


Você sabe o que é uma APM? A Associação de Pais e Mestres é a oportunidade que a comunidade tem de participar ativamente da rotina escolar de seus filhos. É um órgão auxiliar da escola com opinião própria e responsável por diversas decisões que a diretoria venha a tomar, como questões ligadas ao destino de recursos para compra de material escolar, manutenção e equipamentos.

A atuação do presidente é sempre em conjunto com membros do Conselho de escola (pais, professores, funcionários e alunos). Sua diretoria é constituída por membro executivo e vice, tesoureiro, secretários, além da outra equipe formada pela diretoria auxiliar abrangendo assuntos ligados a cultura, patrimônios e comunicação.

A Escola Estadual Professor Luiz Gonzaga Pinto e Silva, situada no bairro do Campo Belo em São Paulo, é um exemplo a ser seguido por outras escolas. Para a diretora Beatriz Castro, o que fez com que a Luiz Gonzaga chegasse onde está é, certamente, o trabalho conjunto de integrantes da APM e Conselho de Escola. Há dois anos no cargo, a diretora declara com orgulho que a escola hoje está de cara nova. “O visual é sempre impecável, tanto a questão da pintura como a da limpeza, a qualidade de ensino supera a cada ano as nossas expectativas e com isso o rendimento dos alunos é muito gratificante”, comenta.

Na opinião da diretora, a atuação da APM contribuiu 100% para o crescimento da E.E. Luiz Gonzaga. A convivência entre alunos dentro e fora da escola e o relacionamento de pais e alunos em casa tem obtido reflexos nítidos no dia-a-dia escolar. Outro ponto positivo é a questão da boa convivência que a Luiz Gonzaga tem com a Polícia Militar. Esta parceria traz um índice “0” em violência na escola e nos arredores dela.

São desenvolvidos projetos educativos e esportivos como campeonatos de futebol e de capoeira, peças teatrais, apresentações de dança – em algumas categorias os pais dançam juntos com seus filhos -, o coral que se apresenta em diversos órgãos públicos e a oficina de bordados. “O nosso grupo de dança já se apresentou até na sede da Seicho No Ie, foi o maior sucesso”, comenta a diretora. Além desses projetos, a escola abre aos finais de semana e mantém horta, jardim e pomar em uma área que antes era um lixão. A informática já faz parte do currículo escolar e a biblioteca foi reformada recentemente por meio de parcerias.

Para Gislene Melo, diretora executiva da APM, o que diferencia a Luiz Gonzaga de outras escolas é a atuação constante e presente dos pais com seus filhos. “Os pais levam os filhos todos os dias até a escola e depois buscam. Dificilmente andam sozinhos e durante o recreio fazem um tipo de rodízio, onde cada dia um dos pais participa do intervalo para averiguar o comportamento dos alunos e estar ciente de todos os acontecimentos. A escola, que participa ativamente do projeto da Secretaria de Estado da Educação – Prevenção Também se Ensina – usa lemas que ficam estampados no uniforme dos alunos. “Na frente das camisetas estão escritos: esporte, lazer, arte, cidadania, amor, vida… tô dentro. Atrás: drogas, DST, AIDS, álcool, violência e morte… tô fora. Por aí dá para notar que família presente na escola faz diferença”, explica Gislene.

A escola mantém algumas parcerias como a da Santista Têxtil, que realiza um círculo de palestras destinadas aos pais, alunos e professores sempre abordando temas ligados ao relacionamento humano. O programa “Tecendo para o Futuro” é ministrado pelo psicólogo e escritor Floriano Serra e acompanhado de apostilas.

Exemplo nota 10

Já para a diretora Clélia Sales da E.E. Felinto Miller, situada na região de Diadema, se não fosse a brilhante atuação da APM, eles não teriam a escola que tem hoje. Com 29 professores efetivos e 2.506 alunos do ensino fundamental e médio, a diretoria, APM e o Conselho de Escola mantêm contatos diários e trabalham sempre em conjunto de forma participativa. “A escola que temos hoje é bem diferente daquela que tínhamos anteriormente, quando a pichação vinha do teto até o chão”, comenta Clélia. Os pais se uniram e com a verba da APM compraram as tintas e pintaram toda a escola, que a cada seis meses passa por uma reforma. “Hoje a pichação acabou, até pelo fato dos próprios pais desses alunos ajudarem na reforma.”

A escola também leva muito a sério algumas regras básicas que são repassadas aos alunos no início da matrícula como: respeitar o horário de entrada e saída das aulas, não deixar aluno sair da classe antes do sinal e a proibição da entrada de materiais estranhos dentro da sala de aula que vai desde um simples BIP até celular e rádio. Todos esses procedimentos transmitem muita segurança, aceitação e credibilidade da escola aos pais dos alunos.

Fitness dentro da escola

Na Felinto Miller professores, alunos e demais funcionários andam em forma. Inaugurada em setembro de 2002, a academia, que ocupa o que antes era um antigo vestiário, está de cara nova. Graças aos recursos da Expansão do Ensino Médio em 2000, compraram três bicicletas ergométricas, duas esteiras elétricas e uma estação de musculação completa. Os recursos para a reforma da sala – piso, parede, iluminação e vidros – foram arrecadados por meio de festas que a APM promoveu durante todo o ano de 2001. Seu funcionamento é fora do horário de aula e nos finais de semana. “Nas horas vagas, o aluno tem a opção de fazer academia, ou estudar na biblioteca, o importante é mantê-lo longe das ruas”, explica a diretora.

A escola também passou por reformas na cozinha, na biblioteca, na quadra e nos banheiros, e não se contentando, a APM usou a verba disponível para dar um acabamento todo especial nos banheiros. “O nosso banheiro é de dar inveja, conseguimos até pias com bancadas de granito e grandes espelhos que ajudaram a melhorar até a auto-estima dos alunos“, comenta Mirtes Besson, diretora financeira da APM.

Além da reforma, a biblioteca recebeu mais de 500 doações de livros e revistas dos próprios pais, o que tornou a biblioteca circulante com dois professores treinados por bibliotecários e responsáveis pela entrada e saída de livros. As crianças, os jovens e os pais também ajudam a manter o bosque de 6 mil m² da escola com um jardim muito bem cuidado. Nos finais de semana o time de futebol é bem atuante, já que a participação é unânime: pais, professores e alunos. “Tem campeonato o ano inteiro, os jogadores usam uniforme e o time se chama – Matuzalem”, conta Mirtes.

Entre as atividades que a Felinto desenvolve estão o coral com pais e alunos, o grupo de dança, o curso de sabonete, a fanfarra e aulas de informática, que inclusive, está buscando parceria com uma escola especializada para aprofundar mais os conhecimentos. A fanfarra é o novo destaque da escola. Neste ano os integrantes se apresentaram no ginásio de esportes de São Bernardo do Campo e devido ao sucesso receberam uma verba para comprarem mais instrumentos.

A qualidade de ensino fez com que vários alunos fossem convidados pelos próprios professores da escola a participarem de cursos extras como é o caso do filho de Mirtes, convidado para fazer um curso de desenho técnico no SENAI, além de propostas para participar de campeonatos de modalidades olímpicas e de futebol.

O convênio com o Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE) é outro programa que auxilia diversos alunos da Felinto. Pelo convênio, empresas como supermercados, lojas e gráficas, contratam alunos do ensino médio para trabalharem meio período e os remuneram com uma bolsa-salário.

(LRK)