Trechos da entrevista coletiva do governador Mário Covas na cidade de Santos

Parte I

qua, 26/01/2000 - 17h57 | Do Portal do Governo

SANTOS

Repórter – O senhor poderia nos deixar uma mensagem neste dia, como filho tão ilustre dessa cidade?

Covas – Santos tem filhos que fizeram história nesse país, e eu acho que Santos está vivendo uma fase muito boa, de grande expansão, tem um fascínio muito especial, até porque Santos tem uma estrutura bem melhor que os outros municípios. E, historicamente, Santos está na ponta da linha, uma cidade que tem quatro universidades e é uma das primeiras cidades do Brasil. Mas, de maneira geral, ela apresenta um cenário muito positivo. Ela vai procurar novos objetivos e vai alcançar, sem dúvida nenhuma. Provavelmente, vai crescer cada vez mais o movimento no Porto, significando empregos novos, porque, ainda nessa região, o grande empregador é o seu porto. A economia de Santos já teve altos e baixos em todas as fases – já teve a fase da construção civil, onde se lançava prédio pela manhã, e à tarde, se vendia prédio com ágio, tal a correria para se comprar apartamentos na praia. Historicamente, ela tem a economia do café, que voltou a crescer – em São Paulo hoje, nos ganhamos quatro prêmios internacionais de café. E, internacionalmente, quando se fala em café brasileiro eles lembram do café de Santos. Aqui não tem um pé de cafél,mas é aqui onde se faz a indústria do café, o que criou uma bolsa de café, que talvez tenha sido um dos primeiros instrumentos financeiros a operar no país, etc. O café foi historicamente um dos produtos que deu margem ao crescimento. Mais recentemente, o Porto de Santos passou a ser o grande empregador, embora o parque industrial de Cubatão é suprido em grande parte por trabalhadores santistas. Eu só tenho que parabenizar esse povo que é responsável por todo o sucesso e luta que afinal, completa a idade que tem hoje, tendo passado por várias fases, inclusive por uma fase em que ela foi obrigada a transformar a cidade em local saudável. Lembrando a obra de Saturnino de Brito nesse instante, é lembrar que o mais significativo que tenha sido feito aqui foi a construção dos canais que levaram todas as doenças que a situação topográfica trazia. Mas, o que eu posso dizer hoje é da confiança e certeza que a gente deposita de que esse futuro seja cada vez mais participante, como é uma constante na vida de Santos. O município é paradigma na área sindical, na social, na área de empregos, e eu espero que ela continue assim.

Repórter – O que o senhor achou do projeto que o prefeito mostrou para o senhor, inclusive pedindo uma ajuda…

Covas – Eu não vi na essência, mas a rigor, tem como objetivo reurbanizar essa área aqui, onde a igreja foi restaurada, seria um absurdo se o entorno continuasse na mesma situação. Aqui se tem a chegada da antiga… você tem, o Porto encostado, caminhões pesados que passam por aqui e abalam a estrutura da igreja. Isso tudo está contido em um projeto em que a Prefeitura recebe da área federal…..(inaudível) permitindo com que a entrada de caminhões seja desviada por trás da igreja, não pesando na entrada da igreja; recuperar o que está tombado aí em frente, vai ter de ser recuperado, mas o projeto de modo geral aborda todos esses aspectos. Ele vai ter de ser realizado por partes, e eu vejo que a Prefeitura tem a idéia de avançar em um projeto de natureza turística, retomando a idéia do bonde, o que é certamente, do ponto de vista turístico, uma boa idéia. Tudo isso não é feito instantaneamente, mas a primeira tarefa é aliviar o peso dos caminhões aqui, reformar essa estação e pensar no destino para ela – além de ver que tipo de ajuda a Codesp pode ajudar nisso.

Repórter – O Estado vai ajudar?

Covas – A gente vai tentar ajudar. Eu me comprometi aqui em liberar R$ 2 milhões e o Beto Mansur já deu um salto mortal, dizendo que é pouco. Ele nem sabe se é pouco, mas já disse que é pouco. E já pediu mais.

Repórter – Quanto o Estado vai dar?

Covas – Eu já me comprometi com R$ 3 milhões, e só estou dependendo de me mandarem até o final desta semana o projeto que aqui está sintetizado, para ver de que maneira a gente pode fazer a transferência de recursos. Essa, talvez seja uma das cidades mais deterioradas da cidade, e historicamente sempre foi assim, porque a entrada de Santos sempre foi apertada, e acabaram ficando algumas construções que, por não ter quem compre, acabam ficando velhas demais, e acabam deteriorando.

Repórter – Esses R$ 3 milhões são para a recuperação somente da estação ou de toda a área?

Covas – Para a recuperação de parte dessa área, para o que for mais importante dentro do projeto. Não dá para a prefeitura fazer tudo que está no projeto, mas a linha do bonde, a prefeitura vai fazer por conta própria.