Governo do Estado e Unicamp planejam laboratórios de pesquisa de ponta para atrair empresas do mundo todo
Campinas vai instalar um parque tecnológico em torno da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) para abrigar laboratórios de alta tecnologia de empresas do mundo inteiro, anunciou ontem o secretário de Ciência e Tecnologia do Estado, João Carlos de Souza Meirelles.
‘Vamos configurar Campinas como centro de excelência mundial numa série de temas que a universidade vai escolher’, afirmou Meirelles, ontem, durante visita a Unicamp.
A proposta é que esses centros desenvolvam tecnologia junto com a universidade e possam instalar suas bases na cidade. O secretário disse que o que vai atrair esses laboratórios, além da possibilidade de desenvolver tecnologia junto com uma universidade, é a disponibilidade de o Estado colocar áreas a disposição dos centros tecnológicos das empresas.
‘Apoiados no conhecimento da universidade, empregando professores, alunos de graduação e pós-graduação, vamos desenvolver um polo virtuosíssimo de tecnologia’, informou.
O reitor da Unicamp, Carlos Henrique de Brito Cruz, informou que a universidade submeteu ao Ministério da Ciência e Tecnologia, no ano passado, um projeto para criar um Plano de Investimento orçado em R$ 3 milhões para a construção desse parque no Pólo II da Companhia de Desenvolvimento do Polo de Alta Tecnologia de Campinas (Ciatec), próximo à rodovia Campinas/Mogi Mirim.
Nesse pólo já estão instaladas empresas tecnológicas como a Xtal Fibras Ópticas e a Northern Telecom, centros de pesquisa como o Laboratório Nacional de Luz Síncrotron, a Fundação Centro de Pesquisa e Desenvolvimento e outros.
A criação desse plano foi aprovada pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), prevendo a participação do Governo do Estado e da Prefeitura de Campinas. Dessa forma, a Unicamp entra com o financiamento da Finep (R$ 1,3 milhões), o governo do Estado com R$ 1,2 milhão e a Prefeitura de Campinas com R$ 300 mil).
‘É um projeto estratégico para Campinas, pois cria as condições para chegarmos à efetiva construção deste parque tecnológico, que deverá atrair mais ainda empresas baseadas em tecnologia para a região’, afirmou Brito Cruz.
Campinas já é, lembrou Meirelles, um polo de alta tecnologia visível para o mundo inteiro. O que o Estado pretende agora é apoiar a instalação de um parque para que as empresas instalem seus laboratórios de tecnologia na cidade.
‘A grande atração, para qualquer empresa, é sua capacidade de mercado. Para muitas companhias que têm base nos Estados Unidos e Europa, ter uma base sólida em Campinas seria extremamente importante para alcançar o mercado sul-americano. O que precisamos fazer é verificar a real capacidade instalada na universidade, ver o que as empresas precisam e fazer a sintonia entre ambas para constituirmos esse centro’, explicou.
Incubadoras
Até o final do ano, o governo do Estado investirá R$ 200 milhões para multiplicar o número de incubadoras no Estado, construindo 540 galpões de mil metros quadrados, onde as micro e pequenas empresas ligadas à agricultura possam agregar tecnologia e melhorar as exportações.
A medida, informou ontem Meirelles, visa melhorar o desempenho paulista nas exportações e gerar emprego e renda. São Paulo exporta atualmente US$ 19 bilhões por ano, o que corresponde a cerca de 35% das exportações brasileiras.
(Maria Teresa Costa)
