Secretaria da Educação cria grupo para municipalizar a Liberdade Assistida

A transição deve unir Estado, Município, Ministério Público e judiciário

qui, 23/01/2003 - 17h35 | Do Portal do Governo


Nesta quinta-feira, dia 23, o secretário de Estado da Educação, Gabriel Chalita, criou uma comissão para realizar a municipalização da Liberdade Assistida. A reunião contou com as presenças do Dr. Alexandre de Moraes, secretário de Justiça do Estado de São Paulo; Paulo Sérgio de Oliveira e Costa, presidente da Febem; Maria Helena de Castro, secretária de Assistência e Desenvolvimento Social do Estado; secretária Municipal de Assistência Social, Aldaíza Sposati e representantes do Unicef, da Fundação Abrinq e outras entidades ligadas ao adolescente.

No próximo dia 26 de fevereiro, será realizada a 1ª audiência pública da comissão para consolidar a proposta, junto com a realização de um Fórum para tratar do assunto. Além disso, o secretário também fará, na Secretaria, a inauguração de um Centro de Atendimento às famílias dos internos da Febem.

Para Chalita, o primeiro passo está na aproximação com a prefeitura de São Paulo. ‘ A municipalização não significa que vamos passar a responsabilidade para as prefeituras do Estado, mas realizar um atendimento local que pode ser via entidade, universidade ou sociedade organizada. Um caminho que possa convencer o judiciário e Ministério Público de que as medidas são eficientes. O governador Geraldo Alckmin vai disponibilizar um número maior de procuradores para cuidar dos casos e fazer uma análise detalhada ‘, alerta o secretário.

De acordo com a secretária Municipal da Assistência Social, Aldaíza Sposati, a comissão deve iniciar o trabalho imediatamente. ‘No dia 26 de fevereiro, já vamos apresentar a metodologia do trabalho analisada pela comissão. A intenção é assumir os cerca de 6 mil jovens da Febem em junho deste ano’, conclui Aldaíza.

A transição será via Secretaria de Estado, ou seja, a secretaria repassa um recurso para o município e o Estado financia uma parte e a prefeitura outra. Nesse caso, a prefeitura é quem realiza o convênio com alguma entidade. Atualmente, são 150 convênios em todo o Estado.

A Liberdade Assistida é uma medida sócio-educativa prevista no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). O regime prevê que o adolescente fique com a família e seja acompanhado por orientadores durante a medida. Dados da Febem apontam que cerca de 72% dos adolescentes cometem furto. A proposta deve beneficiar esses jovens comprometidos por delitos leves.

Para o presidente da Febem, Paulo Sérgio de Oliveira e Costa, as unidades pequenas de recuperação representam um avanço no processo de ressocialização dos adolescentes. ‘Franco da Rocha é fruto de uma concepção ultrapassada, por isso, fecharemos as unidades 30 e 31. Eu sou o mais otimista com essa reunião. Estamos dando aos jovens a possibilidade de progressão nesses regimes como existe no sistema penal comum. É um fato concreto que com todo esse esforço e a união de todos os setores da sociedade, nós vamos avançar muito’, conclui o presidente da Febem.

Um dos maiores benefícios da municipalização da Liberdade Assistida é a proximidade do orientador do adolescente. A qualidade do atendimento melhora superando o trabalho de inserção desse jovem no meio social.