Presídio à prova de celular

Jornal da Tarde - 10/1/2003

sex, 10/01/2003 - 9h33 | Do Portal do Governo

Mirandópolis, no interior, é a sexta unidade do Estado a receber o equipamento que bloqueia as ligações feitas de aparelhos móveis

A Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) terminou anteontem a instalação de bloqueadores de celular na Penitenciária 1 de Mirandópolis, no interior do Estado. Esta foi a sexta unidade a receber o equipamento, que impede o uso de telefones celulares. O serviço de instalação começou em 17 de dezembro de 2002.

Com o equipamento, 958 detentos não poderão mais conversar com outros presos para planejar fugas e rebeliões por meio do telefone. Somente no ano passado, a unidade passou por nove revistas gerais e cerca de 50 celulares foram encontrados.

O diretor da penitenciária, Alceu Aparecido Safaisting, considera grande o número de apreensões.

‘Na maioria das vezes, as visitas entram com os aparelhos enrolados em embalagens plásticas e dentro do próprio corpo. É impossível impedir que os presos tenham acesso aos celulares apenas com a revista’, afirmou.

Além da Penitenciária 1 de Mirandópolis e do Centro de Readaptação Penitenciária de Presidente Bernardes, inaugurada em abril de 2002 e onde estão os principais líderes do PCC, outras quatro unidades também já têm bloqueadores instalados. São elas: Centro de Detenção Provisória 1 de Guarulhos, Penitenciária de Iaras, Marília e Presidente Venceslau.

Na primeira fase do processo, foram gastos cerca de R$ 1 milhão com a instalação dos bloqueadores. Das seis unidades que receberam o equipamento, três ainda estão em fase de testes.

As penitenciárias escolhidas são as que abrigam presos perigosos e tiveram casos de apreensão de celulares no ano passado. Esse é o caso de Mirandópolis.

‘A maioria dos detentos que abrigamos tem ligações com o PCC e, por meio dos celulares, eles conseguiam se comunicar’, disse o diretor. ‘Agora isso vai acabar.’

Segundo a SAP, o equipamento também deve servir para diminuir a possibilidade de corrupção de funcionários. A fase de testes dos aparelhos colocados na Penitenciária 1 de Mirandópolis deverá terminar nos próximos 15 dias, quando o sistema estará pronto para uso.