Já ouviu falar da VPPB? Síndrome que causa tontura tem tratamento

Vertigem Paroxística Postural Benigna não tem causa definida e se manifesta em qualquer idade; tratamento consiste em manobras posturais

ter, 06/10/2015 - 15h55 | Do Portal do Governo

Tontura e perda de equilíbrio, seguidas de náusea leve, durante apenas alguns segundos, podem ser sinais da VPPB – Vertigem Paroxística Postural Benigna, síndrome, sem causa definida, que se manifesta em qualquer idade.

O alerta é do otoneuro do Hospital das Clínicas, da Faculdade de Medicina da USP, Ítalo Medeiros. Segundo o médico, de cada 100 pacientes atendidos por mês no ambulatório da Divisão de Otorrinolaringologia, pelo menos, 15% sofrem com a doença.

Além de gerar desconforto e insegurança, a síndrome aumenta o risco de quedas, especialmente em idosos, e pode prejudicar aqueles que dirigem, cuidam de crianças ou operam máquinas.

O tratamento consiste em manobras posturais, onde o profissional executa uma série de posições de cabeça e do corpo. Os resultados são favoráveis em 80% dos casos. Medicamentos não são necessários na grande maioria.

Diagnóstico difícil
Identificar a doença é a etapa mais difícil de todo o processo, explica Ítalo Medeiros. Têm pacientes que chegam ao HC com mais de dois anos de queixas. Outros são medicados na esperança de amenizar os sintomas, o que compromete ainda mais a saúde do paciente.

Para o diagnóstico, o paciente, sentado em uma maca, vira a cabeça para um dos lados, de forma brusca. Em seguida, o médico deita rapidamente a pessoa na tentativa de desencadear uma crise típica de vertigem. Nesta situação, os olhos do paciente começam a girar e a tontura aparece.

Pelo tempo de movimento dos olhos, o especialista descobre a localização da alteração dentro do labirinto e propõe a manobra correta.

Mas o que é a doença?
A VPPB é causada por partículas de carbonato de cálcio (otólitos) que se soltam do utrículo, presentes no ouvido interno, e caem no canal semicircular do labirinto.

Se o problema afetar o ouvido interno direito, por exemplo, a cada movimento da cabeça os otólitos se movem para onde não deveriam estar e, conseqüentemente, atrapalham o funcionamento do labirinto.

A manobra correta recoloca as partículas soltas dentro do labirinto e acaba com a tontura e perda de equilíbrio.

Do Portal do Governo do Estado