Em três meses de trabalho para inibir a ação de pedintes, pregadores religiosos e outros passageiros com comportamento inadequado, a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos – CPTM – já autuou 104 usuários nas llnhas C (Osasco-Jurubatuba) e B (Júlio Prestes-Itapevi), num total de 63 ocorrências. Desses usuários, 24 eram maiores e 80 menores.
Uma equipe de oito vigilantes femininas vem realizando esse trabalho, chamado de ‘Projeto Social’, em ambos os trajetos. O maior desafio para as seguranças é o atendimento a crianças e adolescentes enquadrados no comportamento inadequado: são pichadores, pingentes, surfistas.
As seguranças trabalham das 8 às 17 horas, identificadas por uma camiseta com a inscrição ‘Projeto Social’. Elas sempre esperam que os infratores saiam do interior dos trens, a fim de não constrangê-las diante dos demais passageiros, e explicam os transtornos que a sua atitude traz aos demais usuários do transporte coletivo. A conduta vem dando os resultados esperados.
Cuidado redobrado com crianças e adolescentes
A abordagem desse grupo, principalmente, é sempre muito cuidadosa. As seguranças, selecionadas pela CPTM dentro de um rigoroso perfil pré-determinado pela área social da empresa, receberam treinamento especial para fazer o trabalho. Elas detêm, inclusive, conhecimento sobre aspectos do Estatuto da Criança e do Adolescente, carregando consigo um exemplar impresso da legislação.
A partir do registro da ocorrência, quando os dados da criança ou do adolescente são cadastrados, é dado início a uma segunda etapa do trabalho. As assistentes sociais da CPTM entram em contato com os pais, fazem visitas domiciliares e os convidam para um bate-papo.
Os pais, que se declararam surpresos com o comportamento dos filhos, assistem a um filme com acidentes graves ocorridos na ferrovia.
Em fase experimental, é intenção da CPTM estender o programa para suas outras quatro linhas.
