A Fundação Florestal (FF), órgão da Secretaria do Meio Ambiente responsável pela gestão de Unidades de Conservação, estabeleceu uma série de regras para a visitação à Cachoeira do Paraíso, na Estação Ecológica de Jureia-Itatins, no município de Iguape (SP). A queda d´água, um dos principais atrativos da unidade, poderá receber, no máximo, 270 pessoas por dia. A medida começou a valer a partir da quinta-feira, 16.
A Portaria Normativa FF N° 144/2010 da Fundação Florestal estabelece um plano emergencial de uso público para a cachoeira. O documento, publicado na edição de 1° de dezembro de 2010 do Diário Oficial, foi elaborado para cumprir o Acórdão 03200352 do Tribunal de Justiça (TJ/SP), de 16 de setembro de 2010, que determina a proibição do uso para lazer do local.
Com a Portaria Normativa, a Fundação Florestal adequa o uso público da cachoeira como instrumento de educação ambiental. O acesso ao local só será permitido por meio de visitação programada e monitorada, sendo 180 o número máximo de visitantes independentes (sem necessidade de agendamento prévio, mas recomendado) e 90 para grupos organizados (agendamento prévio obrigatório).
As atividades de educação ambiental serão desenvolvidas entre o estacionamento do Centro de Visitantes e a primeira queda d´água antes do chamado “tobogã”.
A área para banho fica restrita à piscina natural, não sendo permitido o acesso às áreas superiores da cachoeira.
Monitores estão treinados e capacitados para receber as pessoas e fornecer informações e palestras sobre a importância da proteção da biodiversidade, da cachoeira e da Estação Ecológica – um dos últimos locais com Mata Atlântica pouco alterada do litoral brasileiro. Além disso, as visitas guiadas com atividades lúdicas e recreativas envolvendo ações de interpretação e educação ambiental estão preparadas por serem uma forma de aproximação das pessoas da natureza.
Para cada conjunto de, no máximo,15 pessoas – seja de visitantes independentes ou de grupos organizados, como instituições de ensino e agências particulares que desenvolvam atividades educativas na área de meio ambiente – haverá um monitor acompanhando.
Visitação
O atendimento à população acontece entre 8 e 17 horas, diariamente. As visitas à cachoeira passam a ocorrer em quatro períodos: das 8 às 10 horas e das 10 às 12 horas, no período da manhã; e das 13 às 15 horas e das 15 às 17 horas, no período da tarde.
O fornecimento de informações sobre a visitação e os agendamentos são realizados pelo telefone (13) 3457-9243, e-mail ec.jureiaitatins@fflorestal.sp.gov.br ou por correspondência para:
Estação Ecológica de Jureia-Itatins
Aos cuidados do Programa de Educação Ambiental – Cachoeira do Paraíso
Estrada do Guaraú, 4.164 ou Caixa Postal 159 – Peruíbe – SP
CEP 11750-000
A Fundação Florestal montou também um posto de atendimento e fornecimento de ingressos à população na rodoviária de Peruíbe – Rua 24 de Dezembro, 650. Seu horário de funcionamento será das 7 às 17 horas, todos os dias.
Sobre a Estação Ecológica
A Estação Ecológica de Jureia-Itatins foi criada pelo Decreto Estadual n° 24.646 de 1986 e teve sua área atual de 79.270 hectares definida pela Lei Estadual n° 5.649 de 1987, abrangendo partes dos municípios de Itariri, Miracatu, Iguape e Peruíbe. Ela foi instituída em uma época em que o setor imobiliário e empresas (entre elas a NUCLEBRAS, que desejava implantar usinas nucleares) disputavam a terra.
Atualmente, a Estação Ecológica é responsável pela conservação de ambientes de Mata Atlântica (floresta ombrófila densa, restinga e manguezal) que foram pouco alterados pelo homem e que servem como refúgio para algumas espécies que costumavam habitar grande parte do litoral brasileiro. Entre os animais mais representativos estão a onça-pintada, a jaguatirica, o macaco mono-carvoeiro, o marsupial cuíca-d’água-tigrada e aves como o tucano-de-bico-verde e a araponga.
O território é banhado por rios que são formados nas serras e morros da estação e que dominam grande parte da planície costeira. As principais bacias formadas são a do Rio Verde, do Una do Prelado e do Guaraú. Quanto às praias, a maioria se apresenta abrigada entre formações rochosas, enquanto outras ocupam longas extensões e possuem areias finas.
Por se tratar de uma Estação Ecológica (categoria de Unidade de Conservação de Proteção Integral), a visitação tem de ser realizada com objetivo de educação ambiental ou para a realização de pesquisa científica.
Da Secretaria do Meio Ambiente