Comando específico para fiscalizar tráfego nas ruas da capital foi extinto em 2002; órgão terá 190 veículos só para fiscalizar motoristas
Folha de S. Paulo
As ruas de São Paulo terão a partir de hoje cerca de 300 policiais militares a mais na fiscalização do trânsito, com a implantação de um comando específico para o trânsito -serão 1.634 policiais e mais 190 veículos destinados quase que exclusivamente ao objetivo de reduzir o caos nas ruas da capital.
Hoje, a Polícia Militar tem 1.328 homens atuando na fiscalização do trânsito, mas eles não são vinculados a nenhum órgão específico da corporação -o efetivo fica disperso por várias unidades.
O CPTran (Comando de Policiamento de Trânsito) foi implantado em 1974 e desativado em 2002 pelo então secretário de Estado da Segurança Pública, Marco Vinicio Petrelluzzi.
Na época, a extinção visava aumentar a tropa utilizada na repressão da criminalidade.
No primeiro trimestre de 2002, a capital registrou 1.295 homicídios dolosos (com intenção de matar) e 210 homicídios culposos (que incluem acidentes de trânsito). Neste ano, foram 376 homicídios dolosos, contra 156 culposos.
Diferenças
Entre as diferenças em relação ao trabalho que é desempenhado pelos marronzinhos, os agentes de trânsito da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), está o fato de o policial militar poder parar o motorista infrator e exigir sua documentação e a do veículo.
Além disso, os PMs de trânsito andam armados e podem combater outros crimes como qualquer policial militar.
De acordo com o governo, a implantação do CPTran visa também “combater a criminalidade no trânsito”, já que os carros desse policiamento ficarão em pontos estratégicos. A PM não divulga quais pontos serão prioritários na atuação do novo CPTran.
Em 2002, segundo dados da polícia, existiam na cidade de São Paulo 5,3 milhões de veículos -hoje, são 6,7 milhões. O efetivo do policiamento de trânsito antes da desativação do CPTran era de cerca de 2.700 policiais, espalhados por quatro batalhões -agora, com a recriação, serão apenas dois.