Por que as estradas paulistas são melhores

Jornal da Tarde

seg, 19/04/2010 - 7h52 | Do Portal do Governo

O mau estado em que se encontram duas das principais rodovias federais passadas à iniciativa privada em regime de concessão – a Fernão Dias (BR-381) e a Régis Bittencourt (BR-116) -, em contraste com as excelentes condições das rodovias paulistas exploradas no mesmo sistema, não deixa dúvida sobre a clara superioridade do modelo adotado pelo governo de São Paulo.

Dois anos depois da concessão, não se vê nenhuma melhora naquelas rodovias, que continuam a testar a paciência dos milhares de motoristas que por elas passam diariamente, como mostra reportagem publicada por O Estado de S. Paulo. A pista sentido Belo Horizonte da Fernão Dias, por exemplo, está interditada desde março no km 79, em Mairiporã, na região metropolitana, onde uma encosta cedeu e afetou a estrutura de um viaduto. Acidentes como esse nem sempre se podem evitar. O problema é a demora na conclusão das obras de reparo, que vão se prolongar por mais seis meses. Aterros cederam e a pista ameaça desabar em dois outros pontos – no km 60 e no km 64 – dessa rodovia.

Na Régis Bittencourt, os investimentos se limitaram até agora a obras para a contenção de barreiras e a reparos de emergência. A prometida e há muito esperada duplicação de um trecho de 30,5 quilômetros na Serra do Cafezal, a 138 km de São Paulo, que exige investimento de R$ 300 milhões, foi adiada para 2013. A reportagem constatou, na semana passada, a existência de 21 pontos de interdição parcial nos 299,7 quilômetros do trecho paulista. Como a Régis é a principal ligação de São Paulo com a Região Sul, é fácil imaginar o prejuízo que essa situação acarreta.

Em 2007, quando essas rodovias passaram à iniciativa privada, o governo federal fez questão de chamar a atenção para os valores do pedágio a serem cobrados, muito inferiores aos estabelecidos nas rodovias paulistas exploradas pelo mesmo sistema. Para os mais atentos era fácil prever que essa alegria não ia durar, pois é evidente que tarifas tão baixas não permitem a realização dos investimentos necessários para a melhoria das rodovias. O comportamento do governo federal tinha mais de demagogia que de um tratamento sério e responsável da questão.

Trafegar pelas rodovias paulistas exploradas pela iniciativa privada é mais caro do que pelas federais na mesma situação, mas em compensação o estado das primeiras é muitas vezes melhor. Das 16 melhores rodovias do País 15 são paulistas e, dessas, 14 fazem parte das que foram passadas em regime de concessão a empresas privadas, de acordo com estudo feito pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT). A superioridade é tamanha que não pode mais haver dúvida com relação ao acerto do governo paulista no trato da questão.