Estado planeja elevar exportações de café

A Tribuna - 22/5/2002

qua, 22/05/2002 - 12h08 | Do Portal do Governo

O secretário estadual de Agricultura e Abastecimento, João Carlos de Souza Meirelles, anunciou ontem o lançamento de concursos para a melhoria na produção de café e também um selo que funcionará como certificado de qualidade para o produto torrado e moído. O objetivo é investir em qualidade e agregar valor nos produtos do setor e ampliar as exportações.

O anúncio foi feito durante a abertura do 14º. Seminário Internacional de Café de Santos, que vai até a sexta-feria no Casa Grande Hotel, em Guarujá. O evento, realizado pela Associação Comercial de Santos (ACS), discute o tema Café: sobra produção e falta consumo.

O anúncio oficial das duas iniciativas será feito em conjunto com a Câmara Setorial do Café no Palácio dos Bandeirantes no dia 18 às 9 horas. ‘‘O nosso desafio é vender café pelos melhores preços’’, afirmou Meirelles.

O presidente do Sindicato das Indústrias de Café do Estado e da Câmara Setorial, Nathan Herszkowicz, afirmou que serão desenvolvidos concursos em dez regiões de produtores de café, que prosseguirão até 20 de outubro. Em novembro serão escolhidos os campeões estaduais. Entre as categorias estão os produtores dos tipos naturais e os de cereja descascado.

Segundo ele, existe hoje um problema que é o que fazer com o excesso de café. Uma das idéias, afirma, é destruir a produção de baixa qualidade. Para o presidente das duas entidades, hoje esse teor é de 15%, mas, com o esforço de qualidade do Estado para melhorar a produção, de 5% a 7%.

Em relação ao selo de qualidade, a medida faz parte do Programa de Qualidade Produto São Paulo. A proposta é criar certificados de qualidade para agregar valor a produtos agroindustriais e exportar mais. O café torrado e moído será o primeiro produto paulista a contar com o selo.

O presidente da ACS, José Moreira da Silva, afirmou na abertura do seminário que o atual consumo de café no mundo – 103 milhões de sacas ao ano – não cobre o excesso da produção atual, que é de 110 milhões. Além disso, há os estoques, de cerca de 19 milhões de sacas no exterior, e mais 21 milhões nos países produtores.

Além desse excedente, José Moreira da Silva lembrou que a safra brasileira para 2002/2003 será de 45 milhões de sacas, sendo que o Vietnã produz outras 13 milhões ao ano.

‘‘Estamos diante de superávits perigosos na oferta e cuja reversão terá que passar por uma estratégia de comercialização mais agressiva, onde a qulaidade do produto oferecido e a busca de maior valor agregado são aspectos primordiais’’, comentou o presidente da ACS.

Novos mercados

Ele também sugeriu a disputa por novos mercados, como o chinês e o russo. Segundo cálculos da Associação Brasileira da Indústria do Café Solúvel (Abics), se 10% dos chineses (120 milhões de pessoas), consumissem duas xícaras da bebida por dia, em uma no teriam sido comercializadas 12 milhões de sacas de café verde. ‘‘O mercado chinês é uma perspectiva amadora’’.

O governador Geraldo Alckmin não compareceu ao seminário e foi representando por Meirelles. Segundo a assessoria de Imprensa do Governo Estadual, Alckmin chegou ontem da Itália e não tinha confirmado presença no evento. Compareceram o secretário de Habitação, Francisco Prado, o deputado estadual Edmur Mesquita, o prefeito de Guarujá, Maurici Mariano, o diretor do Departamento de Café do Ministério da Agricultura, Jaime Junqueira Payne.

Marcelo Eduardo dos Santos