Serra divulga ranking ambiental dos municípios

São Paulo, 1º de dezembro de 2009

ter, 01/12/2009 - 23h00 | Do Portal do Governo

Governador José Serra: Eu estou extremamente realizado e satisfeito com o andamento da luta ambiental no Estado de São Paulo. Realmente é uma coisa que vem dando certo. Nós estamos na linha do certa, de um mundo correto. E o nosso compromisso com essa questão vem desde que eu assumi a Prefeitura da Capital de São Paulo, quando levamos o Eduardo Jorge para secretário (municipal do Verde e do Meio Ambiente). Naquela época nós já iniciamos uma virada no Município – muitas coisas difíceis de resumir aqui, mas eu mencionaria três, significativas.

Por exemplo, a captação do gás metano do lixo de São Paulo para transformar em energia elétrica. Foi um volume suficiente para atender 600 mil habitantes de São Paulo, mais de 5% da população da Capital. Com isso, nós reduzimos em 20% as emissões de gases do efeito estufa. Vocês vejam que significado tem isso na área da Capital. Este é um projeto que nós iniciamos e que foi concluído pelo (prefeito) Gilberto Kassab, sob a liderança do Eduardo, que se manteve (no posto). É uma demonstração da continuidade, da coerência da nossa luta pela causa ambiental. Outra realização importante foi a inspeção veicular, que nós começamos e que hoje já está se materializando. Já foram inspecionados um milhão e 300 mil veículos. E no ano que vem vamos ter na Capital 100% de inspeção.

Vale a pena citar também outra iniciativa, entre várias outras: a das ciclovias. Nós fizemos, iniciamos e já estão operando 25 quilômetros na área da Capital. E estamos fazendo uma nova ciclovia nas margens do rio Pinheiros, que vai ter 12 qiuilômetros imediatamente e, no futuro, 40 quilômetros. Vai percorrer toda a margem do rio Pinheiros. Vai ser transformada na maior ciclovia, de longe, do Brasil e uma das maiores existentes no mundo. Sem falar no Parque Linear, onde nós vamos fazer também uma ciclovia imensa. Quantos quilômetros? 28 quilômetros.

Há muitas coisas encaminhadas na Prefeitura, inclusive toda a ação ambiental em relação ao Rodoanel (Mário Covas). O Trecho Sul do Rodoanel está custando… está praticamente concluído… 4,5 bilhões de reais. Desse total, 10% foram destinados à preservação ambiental no Rodoanel. É a obra, a grande obra do Brasil, cercada de mais cuidado, um exemplo para o que deve se fazer no futuro. Isso também foi feito por nós na Prefeitura, negociando, na época, com o Governo do Estado.

Aqui no Estado fizemos uma ofensiva com relação às queimadas. Já reduzimos 740 mil hectares de queimadas, uma quantidade brutal dos resíduos jogados na atmosfera. Caminhamos para reduzir as queimadas de cana-de-açúcar a um nível desprezível já em meados da década que vem. Um outro exemplo é a ação com relação aos mananciais – Billings e a Guarapiranga – que envolve mais de 1 bilhão de reais em recuperação dessas represas. Outra, a inspeção veicular no âmbito estadual, que nós já mandamos um projeto a esse respeito para generalizar no Estado de São Paulo, porque nem todos os Municípios vão ter economia de escala para tratar do assunto isoladamente.

Outra realização, entre muitas importantes, é a das matas ciliares. Nós já conseguimos preparar para a restauração 370 mil hectares de matas ciliares – são aquelas que acompanham rios e riachos. E vamos, decididamente, avançar nesta meta muito nos próximos anos. Aprovamos na Assembléia Legislativa (do Estado), por iniciativa do Governo e cooperação e participação da Assembléia – como, aliás, em todos os nossos projetos – uma Lei de Mudanças Climáticas, para interferir positivamente no processo de mudanças climáticas no nosso Estado, no País e no mundo.

Esta lei prevê uma redução, em termos absolutos, da emissão de gás carbônico em 20%, entre 2005 e 2020. É uma lei concreta, com metas estabelecidas, com diagnósticos feitos, e que estão sendo feitos sem ambigüidades, sem jogar para a platéia. Não é uma redução da velocidade de emissão de gás carbônico… E eu poderia simular e ver quanto vai crescer a emissão de gás carbônico de aqui até 2020 e depois dizer que eu reduzi este aumento em 20, 30 ou 40%. Uma coisa é reduzir o aumento, outra coisa é abaixar em termos absolutos. São Paulo foi o primeiro Estado a definir essas metas, o primeiro Estado a aprovar uma lei no Brasil, e uma das poucas unidades que aprovou uma lei semelhante. Portanto estamos na frente dentro desse processo.

Agora, nessa questão ambiental eu volto a fazer a reflexão que eu fazia em todas as campanhas de que eu participei, como candidato. É que nós tínhamos que passar do discurso, em relação à questão ambiental, à prática concreta. Sempre houve muito discurso. Não abomino o discurso, porque ele tem papel conscientizador, mas passar à ação concreta, prática, identificar os obstáculos, identificar os problemas, resolver um por um, procurar trabalhar no atacado e no varejo, que a soma do varejo também é que dá o atacado. Essa é uma questão importante na nossa orientação. Outra é a mobilização de São Paulo. Nós passamos a mobilizar os Municípios de São Paulo, porque sem a ação das Prefeituras, a luta ambiental não pega. Ou se faz isso em parceria ou não vai funcionar. Por isso criamos, entre outras coisas, o programa do Município Verde, que depois eu mesmo sugeri que ficasse para Verde Azul, porque não se trata apenas da vegetação simbolicamente, mas também da água, cuja cor, para mim é transparente, mas se convenciona considerar azul também em grandes quantidades.

E esta idéia do Município Verde, nós vemos que está dando frutos aqui. Nós vemos a competição entre os Municípios, que é importante – um vê o que o outro está fazendo, um procura passar na frente do outro. Isto é saudável. É uma competição de soma positiva. Não é uma competição predatória, muito pelo contrário, é uma competição que faz bem às pessoas, que faz bem ao nosso Estado, faz bem ao nosso País. São 10 os requisitos de pontuação estabelecidos pelo Xico (Graziano, secretário de Estado do Meio Ambiente), mas o mais importante é a participação. A educação ambiental, que nós estamos impulsionando a partir do Estado, e que tem que se desdobrar em um nível municipal… aliás é um dos requisitos também para a pontuação que os prefeitos promovam a educação ambiental… a educação é fundamental, porque uma causa só pega, só vira realidade, se ela ganhar a consciência da população. E ganhar a consciência da população significa ganhar as gerações novas, porque elas é que são o nosso futuro. Quer dizer, um futuro de meio-ambiente adequado no nosso País depende de nós conscientizarmos a população como um todo e, especialmente, os jovens… as crianças, os jovens, aqueles que vão construir o futuro do meio-ambiente no Brasil.

Portanto, damos uma importância enorme a essa questão da educação ambiental e à parceria que nós temos com os Municípios. Vamos enfatizar ainda mais, para que desde criancinha a garotada vá aprendendo a como consertar o mundo em que vive, a conviver em um mundo melhor. “Ação local e uma causa global”. É um belo slogan, e nós transformamos este slogan em uma prática de Governo no Estado e nos Municípios de São Paulo. Eu estou muito orgulhoso de ser um dos protagonistas desse processo.

Muito obrigado!