Lanches a R$ 0,40 atrai passageiros

Diário do Grande ABC - 16/5/2002

qui, 16/05/2002 - 10h58 | Do Portal do Governo

“Vou experimentar o lanche, ainda nem almocei. O preço está ótimo”, disse a comerciante Maria Aparecida da Silva Riceto, 58 anos, da Vila Assis Brasil, em Mauá, que voltava nesta quarta de São Paulo por volta das 14h30 e experimentou o sanduíche com suco de R$ 0,40 que a CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) começou a vender nesta quarta em sete de suas estações de trem.

Apesar do atraso de 7 horas no início da venda dos 2 mil kits de pão salgado ou doce e um suco artificial de frutas na estação de Mauá, o programa Bom Lanche, montado pela CPTM e pelas secretarias estaduais de Agricultura e Abastecimento e de Transportes Metropolitanos, começou a funcionar às 12h30 – para o almoço.

O objetivo do projeto, ainda um piloto, é oferecer um lanche simples para que passageiros com fome não se sintam mal dentro dos trens. Nas estações, o lanche custa R$ 0,40, com opções diferentes a cada dia. Do Grande ABC, apenas Mauá faz parte do programa, implementado em outras seis estações da Região Metropolitana. Fora o contratempo, os passageiros aprovaram a iniciativa e, principalmente, o preço.

Em Guaianases, o governador do Estado, Geraldo Alckmin, lançou oficialmente o programa às 7h. Em Mauá, alguns problemas técnicos na montagem do quiosque – padronizado pela Secretaria de Agricultura – frustraram a expectativa de alguns passageiros que viajaram no horário de pico, entre 5h e 8h. “Cadê o lanche ?”, perguntaram cerca de 15 passageiros para Renato Antônio da Costa, 47 anos, encarregado da estação.

O superintendente de Programas Corporativos e Relações com a Comunidade da CPTM, Luiz Alberto Chaves de Oliveira, havia garantido nesta terça que os kits estariam à venda a partir das 5h.

A instalação dos sete quiosques ficou sob responsabilidade da empresa fornecedora e distribuidora dos lanches, Terra Azul Alimentação Coletiva e Serviços, localizada na divisa de Santo André e São Caetano. “Tivemos problemas na estação de Osasco, e, conseqüentemente, atrasamos na montagem aqui, a última da série”, explicou Eduardo da Silva, 20 anos, que coordenava a montagem dos quiosques.

O assistente técnico da CPTM, Cláudio Falótico, 52 anos, confirmou os imprevistos com os quiosques nas estações de Mauá, Perus e Osasco. “Trata-se de um projeto piloto. Daqui 20 a 30 dias, teremos uma avaliação de como o usuário reagiu, qual o lanche mais aceito e o sabor de suco mais consumido, críticas e sugestões”, afirmou. Por R$ 0,40, comparou, dá para se comprar hoje dois chicletes. “O kit lanche tem um valor alimentício de 15% das necessidades diárias para uma pessoa.”

Elaine Granconato