Ribeirão Preto vai ganhar centro para doentes crônicos

Centro atenderá pessoas que não têm condições de se tratarem em casa, mas que não precisam de internação

ter, 22/09/2009 - 19h00 | Do Portal do Governo

A rede pública de saúde em Ribeirão Preto deve ganhar nos próximos meses um novo modelo de atendimento, específico para pacientes com doenças crônicas: o Hospital de Retaguarda Francisco de Assis. 

Para implantá-lo, o Lar Francisco de Assis, instituição filantrópica, sem fins lucrativos, que presta assistência e cuidados a enfermos acamados em estado grave de saúde ou terminais, receberá investimento na ordem de R$ 1,175 milhão da Fundação Waldemar Barnsley Pessoa, com apoio do Ministério Público e Prefeitura Municipal. Esse dinheiro será utilizado para a ampliação e adequação jurídica, administrativa e sanitária da entidade. 

Segundo o professor José Sebastião dos Santos, professor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP e coordenador de Projetos Sociais da Fundação, a maioria das redes de atendimento não possui local adequado para tratar pacientes com doenças crônicas, ou seja, àqueles que não têm condições de se tratar em casa, pois necessitam de higiene pessoal adequada e diferenciada e, muitas vezes, até suporte respiratório, mas também não precisam ocupar um leito de hospital. 

Segundo Santos, o Lar Francisco de Assis já realiza esse tipo de atendimento, pois ajuda famílias que não conseguem cuidar desses pacientes em casa  e abriga pacientes crônicos liberando leitos hospitalares. “A idéia foi adequar a instituição para receber mais recursos e dobrar a sua capacidade. Esse tipo de atendimento é função do governo, então a Fundação somente fomenta e induz a implementação do projeto.

Liberando leitos 

Com a reforma, que inclui a construção de um Centro de Nutrição e de uma Central de Materiais e Esterilização, a entidade vai ampliar a sua capacidade de atendimento de 25 para 40 pessoas. “Esse será apenas mais um ponto de atendimento da rede pública de saúde. Um local à parte dentro da rede de saúde. Isso é importante, porque alivia a sobrecarga dos hospitais, liberando leitos”, afirma Santos.

A instituição funciona numa estrutura adaptada que antes abrigava um lar para crianças em situação de risco, e ainda se adéqua a todas as exigências dos órgãos fiscalizadores de saúde, trabalhistas e meio ambiente. Com as mudanças, poderá manter convênios com órgãos públicos para receber recursos. Entretanto, os dirigentes do Lar lembram que eles precisarão continuar contando com a contribuição da sociedade, pois a verba da Fundação é específica para a organização da entidade e que os convênios com órgãos do governo não são fixos e dependem de aprovação. 

O professor lembra, ainda, que a finalidade de um hospital não é a de fornecer cuidados especiais por tempo prolongado e que o envelhecimento da população deve levar, cada vez mais, à criação dessa forma de atendimento – a tendência é de aumento das doenças crônicas. 

Para o gerenciamento do novo serviço foi criado um Comitê Gestor, que tem a participação de profissionais da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP , do Hospital das Clínicas da FMRP, do Lar Francisco de Assis, da Fundação Waldemar Barnsley Pessoa e da Prefeitura Municipal.

Da USP