Serra anuncia cursos técnicos em escolas estaduais e CEUs

Governador José Serra: Queria dar o meu boa tarde a todos e a todas. Cumprimentar o nosso vice-governador, Alberto Goldman, que ocupou até há pouco a Secretaria de Desenvolvimento, que […]

ter, 26/05/2009 - 23h00 | Do Portal do Governo

Governador José Serra: Queria dar o meu boa tarde a todos e a todas. Cumprimentar o nosso vice-governador, Alberto Goldman, que ocupou até há pouco a Secretaria de Desenvolvimento, que junto com a Laura (Laganá, diretora-superintendente do Centro Paula Souza) deu um impulso inicial nesse programa de extraordinária expansão do ensino técnico e tecnológico em São Paulo.

Queria cumprimentar o prefeito (Gilberto) Kassab; o secretário Geraldo Alckmin, que está comandando agora a área de Desenvolvimento, com muito dinamismo, com muito empenho, com muito interesse, com toda a sua experiência; o secretário Paulo Renato (de Souza), da Educação, cuja qualidade de trabalho não é necessário que enfatizemos aqui; o João Caramês, deputado estadual; a prefeita de Cruzeiro, a Ana Karin, que é uma batalhadora, insistente como deve ser qualquer prefeito, e como deve ser uma prefeita mulher mais ainda; o prefeito de Ilha Solteira, Edson Gomes; o prefeito (de São Caetano do Sul) José Auricchio Júnior, grande prefeito, o prefeito de Santo André, o Aidan (Ravin); a Laura Laganá, diretora do Centro Paula Souza; o (Alexandre) Schneider, que é o nosso secretário municipal da Educação; o (Fábio) Bonini, que é presidente do Fundo de Desenvolvimento da Educação; os vereadores Gabriel Chalita, o Eliseu Gabriel e o Floriano Pesaro; o (Nevoral) Bucheroni, que é o subprefeito de Pinheiros; a Oneida (Toniol Fioriti), diretora da Escola Estadual Ministro Costa Manso. Queria saudar os dirigentes de ensino, diretoras, professores e alunos.

Bem… hoje, na verdade, é um dia simbolicamente muito importante, porque nós estamos fechando aqui um acordo com a Prefeitura da Capital e várias outras Prefeituras do Estado, para a expansão do ensino técnico em nosso Estado. Vão ser, para vocês terem ideia do volume, vão ser mais de 9 mil vagas de ensino técnico em São Paulo, gratuito. Só na rede estadual vão ser 8.665 em 97 escolas.

E abriremos cursos técnicos em 10 CEUs (Centros Educacionais Unificados) neste segundo semestre. Em agosto já haverá o vestibulinho para as Etecs (Escolas Técnicas) dos CEUs. São 10. No ano que vem serão mais 8. E nós esperamos que até o final da gestão do prefeito Kassab, todos os CEUs tenham dentro de si uma escola técnica funcionando. É um compromisso que eu estou assumindo por ele. Vai continuar ou não?

Prefeito Gilberto Kassab: Alguém tem dúvida?

Governador José Serra: Na verdade, como me dizia agora o Paulo Renato (secretário estadual da Educação), essa ênfase no ensino técnico, no ensino tecnológico, é a coisa mais certa, mais correta que nós poderíamos estar fazendo. Primeiro, porque oferece oportunidade de trabalho para os jovens. Os dados são sempre citados: aproximadamente de cada cinco formados em uma Etec (Escola Técnica), quatro têm emprego. A Etec é de nível médio, (o curso dura) um ano e meio.

Segundo, porque melhora o aproveitamento do aluno da Etec no ensino médio. Eu já vi isso. Vira e mexe eu visito escolas e pergunto para os alunos: melhorou o rendimento no ensino médio? Sempre melhorou. O aluno que está fazendo a Etec fica mais de olho naquilo que está aprendendo no ensino técnico. E o contrário também é verdade. Ele aproveita o ensino médio também para o ensino técnico. Portanto, reforça a sua formação. Ele pode, hoje ou amanhã, entrar numa universidade. Quer dizer: não há incompatibilidade entre uma coisa e a outra.

E o mais importante é que, enquanto isso, ele tem um emprego. Me corta o coração ver famílias com pouco dinheiro, com dificuldades econômicas, pagando uma anuidade caríssima em escolas particulares de Direito, por exemplo. Nada contra o Direito, mas pagando… E o aluno estuda cinco anos, o filho estuda lá… Chega no final …eu acho que deve ser um dado, não sei quem tem isso na cabeça… acho que uns 80% não passam no exame da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) porque não tiveram um bom curso universitário.

Gastou-se um dinheirão, um esforço enorme de aprendizado, de tempo, e o garoto ou a garota não vão ter condições de exercer a sua profissão. Muitas vezes, uma escola, um ensino técnico, supre essa necessidade com muito mais rapidez, muito mais satisfação e com um terceiro elemento benéfico para São Paulo: contribui para o nosso desenvolvimento, ajusta o mercado de trabalho para as necessidades do desenvolvimento do nosso Estado. Por isso é que nós temos o maior programa de ensino técnico de todo o País, se expandindo com muita rapidez.

Nós já herdamos um sistema bom. A maior prova da herança é a própria Laura (Laganá), que está aí, se eu não me engano desde o (governo Mário) Covas. Isso é uma prova de que é um programa que vem… Na verdade, nós não reinventamos a roda, apenas fomos ajustando ao longo do tempo.

No caso das Fatecs (Faculdades de Tecnologia), que nós nem estamos falando aqui, estamos dobrando o número para 52 (estabelecimentos), para mais de 52. Encontramos 26, no segundo semestre de 2006. Hoje já tem 47, ultrapassamos a meta folgadamente. E no ano que vem ultrapassaremos a meta. No final deste ano já teremos 90%. Esse dados vão permanecer clandestinos, a menos que, ao contrário, se tivesse atingido 30% da meta. Seria um escândalo de notícia garantida.

O Alckimin, quando chegou (assumiu o seu governo), quantas Fatecs tinham? Nove. Quer dizer que ele quase triplicou, e nós mais do que duplicamos agora. Com isso, na verdade, nós criamos um outro sistema de ensino em São Paulo. E algo que eu fiz questão, desde que a Maria Helena (Guimarães, ex-secretária estadual da Educação) começou a sua gestão, foi de enfatizar a importância do ensino médio dentro das Etecs. Ou seja: o aluno tem o ensino técnico e tem também o ensino médio no âmbito do Paula Souza.

Eu sempre fiquei preocupado com o Paula Souza porque muita gente pensa que não é uma coisa do Governo de São Paulo. Pensa que é a tia Paula, uma senhora benemérita, que teve uma herança grande e que aí fez toda essa expansão. Na verdade, o Paula Souza é um engenheiro que dá nome a uma das ruas do Bom Retiro, que chega lá na Poli (Escola Politécnica da Universidade de São Paulo). (O Centro) Paula Souza é um braço, é uma autarquia do Governo do Estado.

Esta expansão vai ficar para sempre com boa qualidade. É uma modalidade, devo dizer, econômica. Por exemplo: nós estamos aproveitando prédios como este, prédios em muito bom estado. Vamos aproveitar os CEUs, vamos aproveitar instalações em toda parte. As Prefeituras, me dizia o Paulo Renato, vão cooperar na preparação dos prédios e dos laboratórios que eventualmente sejam necessárias. Como também a comunidade…

O que nós inauguramos em São Caetano? Uma Fatec. A Prefeitura entregou o prédio pronto, tinindo, em ordem, bonito, maravilhoso. É uma parceira. O ônus maior financeiro é do Estado, a quem cabe a manutenção permanente. Mas a contribuição da Prefeitura é muito importante e, sobretudo, rápida, que é o relevante. A coisa mais difícil que tem num governo é saber fazer as coisas acontecerem. Boas idéias não faltam. O problema é saber fazer acontecer e, graças a Deus, nós estamos fazendo isso, estamos fazendo acontecer.

O número de vagas, para vocês terem idéia no ensino técnico, nós já expandimos para perto de 25 mil vagas. Mas tem que multiplicar por três, porque são três semestres – portanto, 75 mil alunos potencialmente, na medida em que o pessoal vai passando de ano. A nossa meta é criar 100 mil novas matrículas. Portanto, em dois anos e meio, nós atingimos 74% da meta que propusemos para o ensino técnico.

No caso das Fatecs, diga-se de passagem, são três anos (de duração), curso universitário. A empregabilidade é de nove para dez. Quer dizer: a cada dez formados, nove já têm emprego na hora que saem (da escola).
E vou dizer uma coisa para vocês: é um esforço que corresponde à nossa obrigação. Às vezes eu tenho até pudor de contar vantagem, porque o que nós estamos fazendo é cumprir a nossa obrigação. É que no Brasil cumprir a obrigação virou uma exceção tão grande que chama a atenção. Mas de fato nós estamos cumprindo a obrigação.

É investindo na sala de aula, esta é a nossa preocupação fundamental e, em função disso há um vastíssimo programa da Secretaria da Educação começado na nossa gestão pela Maria Helena. O próprio Paulo Renato me disse da surpresa até, não que não conhecesse, mas da surpresa de ver tanta iniciativa sendo tomada e tantos encaminhamentos bons sendo feitos. E nós vamos prosseguir neste trabalho e vamos ter sempre novidades.

Há um programa que funciona nesta escola, que é o Acessa Escola – é uma cópia do nome Acessa São Paulo, que é um serviço (de inclusão digital) do Governo do Estado, através da Secretaria de Gestão (Pública), que oferece banda larga nos Municípios, principalmente os mais distantes. O Acessa Escola está ampliando e facilitando muito o acesso da garotada ao computador. Inclusive, porque nós inovamos, contratando como monitores alunos de ensino médio que ganham lá o seu dinheiro – aqueles que sabem mexer em computador, e muitos sabem. Não precisa muito mais do que isso pra ensinar um garoto ou uma garota menor a mexer também. Com isso, a sala fica disponível a maior parte do dia e da noite, e o programa está galopando.

Nós vamos ter… Paulo (Renato) hoje já temos quantas escolas? 518. Até o fim do ano serão 2.500. E vamos caminhar para todas no ano que vem. São mais de cinco mil. Tem outra particularidade: é que o computador é alugado, não é comprado. E isso é uma tremenda vantagem. Sabe por quê? Porque a empresa que aluga… Primeiro, porque tem que pôr um computador atualizado. Segundo: quebrou, conserta na hora – porque o grande drama, e vocês sabem disso… quem é professor, quem é diretora, quem é funcionária administrativa, coordenadora, supervisora… o grande problema que tem é consertar algo que quebra, não é? Porque aí fica às vezes se arrastando naquela sala fechada, uma coisa deprimente. Em três dias o computador está arrumado, prazo máximo. Com isso, a sala fica funcionando, a gente não fica mais naquele desespero de ver salas fechadas, o pessoal reclamando, a garotada querendo e não podendo ter acesso.

Eu dou aula com frequência nas escolas da rede estadual – antes, dava na Prefeitura, para a 4ª série… É impressionante o número de alunos que já sabem mexer em computador. Eu fui dar aula em uma escola da Lapa, na semana passada, e só havia dois ou três na sala de aula que não sabiam mexer em um computador. Como é que eles (a maioria) aprenderam? Não sei se foi na escola, se não foi na escola – mas isso mostra o mundo que se abriu para eles e como isso é importante, inclusive para a leitura, inclusive para o conhecimento a que o (Gabriel) Chalita fazia referência.

Eu realmente digo sempre para as crianças: vocês querem progredir na vida? Querem ter uma coisa chamada liberdade? Então conheçam – não há liberdade sem conhecimento. Conhecimento não é garantia da felicidade, mas é o pré-requisito da liberdade. A pessoa que sabe é uma pessoa mais livre do que a pessoa que não sabe. E no fundo, todo o nosso trabalho vai para esta direção.

Muito obrigado! Eu queria agradecer a todos e a todas e dizer que continuem contando conosco para este trabalho, por uma educação melhor.