Dos 25 mil trabalhadores que estão nas Frentes de Trabalho do Governo do Estado, quase mil são portadores de deficiência. Ibrahim dos Santos, de 43 anos, é um deles. Cego há 19 anos, em virtude de um acidente de automóvel, ele hoje integra a Frente de Trabalho de Ferraz de Vasconcelos, onde desempenha uma função importante no Ginásio de Esportes da cidade: é o único massagista que os atletas de lá já tiveram.
‘Ibrahim é bastante solicitado por todas as equipes que jogam aqui. É o xodó da turma’, conta Jaime Pereira Peres, coordenador das Frentes de Trabalho de Ferraz. Ibrahim hoje se sente realizado com sua nova atividade. ‘Depois do acidente fiquei dezesseis anos trancado em casa com depressão. Trabalhando, a vida é outra’, completa.
Desde que foi criado, em junho de 1999, o Programa Frentes de Trabalho atendeu mais de 137 mil trabalhadores nos 39 municípios da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) e recebeu investimento do governo estadual de cerca de R$ 240 milhões.
O projeto tem caráter emergencial e a prioridade é dada ao trabalhador que está desempregado há, no mínimo, 12 meses. Os candidatos selecionados prestam serviços à comunidade durante nove meses.
Não se trata de emprego fixo mas, sim, de uma bolsa-auxílio (hoje no valor de R$ 190). A carga horária é de seis horas diárias durante quatro dias da semana. No quinto dia, o trabalhador freqüenta cursos de alfabetização ou de capacitação profissional num total de 204 horas/aula.
Esses cursos são ministrados por entidades conveniadas como Senai, Senac, Senat e o Centro Estadual de Educação e Tecnologia Paula Souza. Os participantes recebem ainda cesta básica, vale-transporte, quando necessário, e seguro contra acidentes pessoais.
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