Meio Ambiente: Folhas de palmeiras jerivás e juçaras são furtadas de canteiros do Projeto Pomar

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seg, 25/03/2002 - 15h50 | Do Portal do Governo

As palmeiras jerivás e juçaras do Projeto Pomar, no trecho implantado pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente na margem direita do Rio Pinheiros, na altura da Ponte João Dias, tiveram suas folhas furtadas na última semana, presumivelmente para comercialização no Domingo de Ramos.

Sessenta pés de jerivás, com cerca 3,5 m de altura, e 19 de juçara, com 1,50 m, todas com aproximadamente três anos de idade, tiveram as folhas cortadas radicalmente. A estimativa é de que cada árvore tinha de dez a doze folhas, num total de mais de 800 unidades, que são transformadas em pequenos ramos cujo preço de venda, na porta de igrejas, gira em torno de R$ 1,00.

Os fiéis, no Domingo de Ramos, costumam adquirir folhagens de plantas para o ritual litúrgico tradicional, que representa simbolicamente a entrada de Cristo em Jerusalém. Nessa cerimônia religiosa, os ramos constituem um sinal da fé cristã.

O furto ocorreu no trecho-piloto do Projeto Pomar, cuja implantação se iniciou no final de 1999, apresentando as árvores mais frondosas de todos os 18 trechos ao longo de 28 km de margens do rio, onde foram plantadas centenas de milhares de mudas de espécies arbóreas e arbustivas.

Os técnicos do projeto, que notificaram o ocorrido junto à Polícia Militar Ambiental, não sabem, ainda, avaliar as possibilidades de recuperação das plantas, por causa da extensão dos danos que sofreram.

Duas jerivás e duas juçaras, que foram totalmente destruídas, não têm condições de sobrevivência. As demais terão um reforço na adubação e irrigação, e serão observadas com mais atenção. Além disso, haverá um reforço na vigilância para evitar a repetição de ocorrências dessa natureza.

O geógrafo Dagoberto Meneghini, que atua no Projeto Pomar, afirma que “as palmeiras eram o orgulho do projeto, pois estavam se desenvolvendo e começavam a fazer parte da paisagem”. Diz ainda que a falta de conscientização da população constitui ainda um grave problema, pois ocorrem furtos sistemáticos de mudas de plantas ao longo dos diversos trechos do Projeto Pomar. “Vemos, freqüentemente, carros estacionarem nas Marginais e seus proprietários descerem para apanhar mudas dos jardins”, lamenta.