CPTM e Metrô assinam convênio para operação da Linha 5, entre Capão Redondo e Largo 13

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ter, 05/02/2002 - 19h43 | Do Portal do Governo

Em reunião presidida pelo Secretário dos Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, as diretorias da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e a da Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) assinaram, nesta terça-feira, dia 5, convênio com o objetivo a realização de ações conjuntas com vistas à implantação, operação e manutenção do trecho Capão Redondo-Largo 13, na linha 5-Lilás do Metrô de São Paulo.

A linha está em fase final de construção pela CPTM e deverá iniciar suas operações comerciais, no final do próximo mês de agosto, sob gestão da Companhia do Metrô.

A reunião foi realizada na sede da Secretaria dos Transportes Metropolitanos, e representantes das duas empresas firmaram um outro convênio relativo à execução de obras de implantação, e ações de operação e manutenção do chamado Expresso Leste, mantido pela CPTM, no trecho Artur Alvim-Guaianazes.

A Linha 5-Lilás do Metrô

O trecho Capão Redondo-Largo Treze, em fase final de construção pela CPTM, estará operando com oito trens, de 6 carros cada um. Esses carros começarão a ser entregues ainda neste mês de fevereiro.

A Alstom francesa é responsável pela fabricação dos comandos de controle e o sistema de tração. A Siemens alemã pelos motores e conversores, a Caf espanhola pelos truques e engates e a Mitsui brasileira pelo ar condicionado.

Com os novos trens, haverá uma economia de 30% de energia em relação a mais econômica composição operada hoje no sistema metro-ferroviário.

Os trens adquiridos pelo Governo do Estado de São Paulo incorporam as mais modernas tecnologias disponíveis no momento, apresentando alguns dispositivos inéditos na rede ferroviária brasileira. Os mais importantes são a bitola internacional de 1,43 metro e a presença de motores de tração em todos os carros. Esses motores são mais compactos e leves, possibilitando maior suavidade de aceleração e na frenagem.

Cada carro será provido de quatro motores – um por eixo -e haverá um pantógrafo por carro. A tensão será de 1.500 volts que, além de mais econômica na transmissão de energia, oferece maior maleabilidade operacional.

Os trens da CPTM mais antigos usam tensão de 3 mil volts e que exige muito isolamento. Esses trens não podem ser usados, por exemplo, dentro de túneis. Com o futuro trem não haverá esta limitação.

O sistema de bordo dos novos trens permitirá a sua condução automática, em um nível superior ao dos carros hoje empregados, inclusive pelo Metrô de São Paulo. Sensores localizados nos rodeiros acusarão eventuais descarrilamentos, acionando os freios pneumáticos a disco.

Bitola internacional

Outro diferencial importante do novo trem – assim como o da própria Linha Capão Redondo-Largo 13, que será inaugurada ainda este ano – será a bitola mais estreita.

Os trens terão uma bitola de 1,435 metro, uma medida hoje quase universal, usada em toda a Europa e nos Estados Unidos. A CPTM emprega nas outras seis linhas a bitola de 1,60 metro, implantada pelos ingleses, mas já abandonada em vários países.

As composições terão um comprimento total de 132 metros e capacidade para transportar cerca de 1.500 passageiros.

Com velocidade máxima de 80 km/h, que poderá ser alcançada em 33 segundos, os trens serão de aço inoxidável, produto que é mais durável e precisa de menos manutenção, além de facilitar a limpeza e a comunicação visual.

O ‘carro de cabeceira’ terá a frente arredondada, para dar ao trem um design ‘clean’. A área dos vidros desse carro de cabeceira será pronunciada, com quebra-sol. O interior do carro de cabeceira terá desenho ergonométrico, para o conforto do condutor.

Mais conforto

Os carros terão vidros de policarbonato fume e bancos anatômicos. As quatro portas, de 1,60 metros de largura ajudarão a evitar congestionamentos na entrada e saída dos passageiros.

Displays eletrônicos indicarão em qual estação o trem está e de qual lado a porta irá se abrir e outras mensagens. O piso será antiderrapante e absorvente de ruídos. O ar-condicionado terá temperatura e força adequadas ao clima brasileiro.

O som ambiente será estereofônico, e permitirá intercomunicação entre condutor e passageiro. A iluminação, embutida no teto, terá lâmpadas fluorescentes de alto rendimento. Todo o interior dos carros também se pautará pela ergonometria.

A aquisição dos trens para a Linha 5-Lilás custou cerca de R$ 216 milhões ao Governo do estado de São Paulo, com parte financiada pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento – BID.