O segundo bloco de palestras do Fórum Juventude – Novos Caminhos, promovido pela Secretaria Estadual da Juventude, Esporte e Lazer, que está sendo realizado no Memorial da América Latina, terminou há poucos instantes e discutiu o tema Saúde versus Drogas.
O Doutor Ronaldo Laranjeiras, médico psiquiatra da Escola Paulista de Medicina e presidente da Associação Brasileira Contra o Álcool e outras Dependências, abordou o custo social do álcool nos últimos 30 anos e destacou que o Governo Geraldo Alckmin tem uma Comissão de Estudos sobre os problemas das drogas. Segundo Laranjeiras, a comissão tem três pontos principais de discussão: o controle ambiental, que significa diminuir o número de bares e taxar os vendedores de bebidas alcoólicas; criação de estratégias criativas para atingir os usuários de drogas, principalmente, alcoólatras e fumantes; e a criação de um sistema de tratamento.
O segundo palestrante foi o psicólogo Sérgio Luiz Ferreira, que expôs o sucesso da experiência comunitária realizada no Jardim Ângela, bairro localizado na Zona Sul da Capital e considerado um dos mais violentos de São Paulo. Foi diagnosticado que a maioria dos crimes tinha relação com o consumo de álcool e drogas. A ação efetiva realizada no bairro diminuiu muito a criminalidade.
Em seguida, o jornalista João Palma, atual secretário de Cultura, Comunicação, Criança e Lazer, do município de Barueri, relatou a vitória da região após ser instalada a Lei Seca. “O prefeito conseguiu sensibilizar a Câmara para a aprovação da lei, que proíbe bares a menos de 300 metros de escolas, e estabelece seu funcionamento das 6 às 23 horas”. Os homicídios caíram de 30 a 40% e os acidentes com vítima, 60%. Os municípios de Jandira e Itapevi já seguem o exemplo de Barueri. Osasco, Carapicuíba e São Paulo estão estudando a possibilidade.
A psicóloga e professora da Universidade de São Paulo (USP), Suely de Queiroz falou sobre o programa que foi implantado na universidade, de 1997 a 2000, para diminuir o consumo de drogas entre alunos e professores. No primeiro ano foi diagnosticado o problema, durante o segundo e terceiro ano foi aplicado o Programa de Educação Continuada (PEC), e no quarto ano foi dado um acompanhamento no processo de recuperação. O resultado foi satisfatório, o consumo de maconha, por exemplo, caiu 13%.
Por último, o diretor executivo da organização não governamental Parceiros contra as Drogas, explicou que a campanha realizada para inibir o uso de drogas, vem alcançando bons resultados e tem tido uma boa aceitação. “A campanha vai seguir em frente”, afirmou Raul Pinto, acrescentando que a televisão recebe a ação de maneira muito positiva.
O público do Fórum é de aproximadamente 3 mil pessoas, sendo a maioria jovens, inclusive os menores internos da Febem.
Gláucia Basile
