IAC reúne 800 produtores de hortaliças da região de Campinas

Agroshow é evento prático e acontece na fazenda do IAC, dias 10 e 11 de dezembro

sáb, 06/12/2008 - 18h04 | Do Portal do Governo

As hortaliças compõem os pratos de todo dia na vida da população – tomate ou alface são diariamente encontrados em qualquer cardápio. De tão comum, sua produção pode parecer simples. Mas não é bem assim. A qualidade do produto para agradar ao consumidor e a produtividade para sustentar a cadeia produtiva exigem mais cuidados que um simples regador. É preciso tecnologia.

A fim de apoiar os produtores da região de Campinas – que tem relevante participação nesse segmento – o Instituto Agronômico (IAC) realiza, em parceria com a Tomatec e outras empresas privadas, um evento importante para a transferência de tecnologia na área de hortaliças.

Nos próximos dias 10 e 11 de dezembro, o IAC, da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, reunirá na fazenda Santa Elisa, em Campinas, 800 produtores. No Agroshow, como é chamado o evento, os agricultores terão acesso às mais eficientes tecnologias de produção.

O Agroshow é direcionado a produtores de hortaliças em geral, como alface, rúcula e outras folhosas, tomate, couve flor, brócoli, repolho e abobrinhas. Trata-se de uma exposição de tecnologias de produção e de manejo dessas culturas, incluindo variedades, produtos e técnicas de cultivo. Durante a exibição, haverá explicação de técnicos e pesquisadores – serão organizadas “estações”, em que os participantes são divididos em grupos, que vão percorrendo as “estações” (áreas onde estão plantadas as culturas e demonstradas as tecnologias). Haverá também exposição sobre milho, goiaba e uva. O Agroshow está em sua segunda edição – a primeira aconteceu em 2006, com 600 produtores.

Segundo o pesquisador do IAC e coordenador do evento, Luis Felipe Villani Purquerio, no evento será mostrado também o sistema de irrigação por gotejamento, que consome menor quantidade de água que o sistema por aspersão e o pivô central. “Isso tem relevância sob o aspecto da preservação ambiental e dos custos de produção, já que a água vai começar a ser cobrada do produtor em 2009/2010, sendo interessante o uso ponderado”, diz.

O pesquisador explica que o sistema de gotejamento é uniforme, viabilizando a utilização da tecnologia de fertirrigação (aplicação de fertilizantes por meio da irrigação). “O excesso de água também é prejudicial para as culturas, sendo que o uso desse sistema deve ser aliado a um bom manejo e à correta determinação da lâmina de água a ser utilizada”, esclarece Purquerio.

Outra tecnologia a ser exposta é o mulching – uma cobertura de solo, que pode ser orgânica ou plástica. Segundo Purquerio, o mulching impede o crescimento de plantas daninhas, reduzindo o custo com mão-de-obra para capina e conservando melhor a água no solo. Com isso, reduz-se a freqüência das irrigações e melhora a produtividade, por haver melhor disponibilidade hídrica e eliminar a competição da cultura com plantas daninhas.

No Agroshow, onde as culturas estão expostas no campo, os participantes poderão observar os estudos fitotécnicos com sistemas de condução que auxiliam no ganho de produtividade e os diferentes espaçamentos entre plantas, que alteram o número de plantas por área. Esse espaçamento reflete no número de plantas por área, repercutindo também na redução de incidência de doenças. “É importante conhecer até que ponto uma planta pode ser cultivada próxima da outra sem competir pelos recursos de produção como água, luz e nutrientes”, explica o pesquisador do IAC.

Segundo Purquerio, cada espécie de hortaliça – há mais de 30 comerciais – tem um manejo diferente, dependendo das características de cada uma. Ele afirma que todas essas tecnologias podem ser aplicadas para hortaliças de folha, como alface e rúcula, hortaliças de fruto, como tomate e pimentão e hortaliças de flor, couve-flor e brócolis.

Dentre os expositores presentes no Agroshow, há representes das áreas de sementes de hortaliças, defensivos, fertilizantes e irrigação. Em meio às variedades comerciais expostas, segundo os representantes das empresas privadas, há tomate com elevado brix (que atribui sabor doce ao fruto) chegando até a 12 graus Brix (teor de sólidos solúveis – açúcar), enquanto o convencional chega a 5 graus. Outra novidade é um pimentão de fruto liso de coloração verde brilhante, com pós- colheita de até 7 dias a mais, comparando com o material existente no mercado. Há também alface crespa que pode ser plantada o ano todo.

Perfil dos participantes

O Agroshow reunirá 800 participantes, sendo 400 no dia 10/12 e 400 no dia 11 – todos produtores de hortaliças da Região Metropolitana de Campinas (RMC), que concentra, por exemplo, grande produção de tomate no Estado de São Paulo.

Os participantes são convidados a comparecer, gratuitamente. Não é um evento aberto ao público porque a organização das chamadas “estações” requer um controle no número de participantes, a fim de garantir a qualidade das apresentações e o melhor aproveitamento dos produtores.

De acordo com a empresa Tomatec, o perfil dos participantes é o seguinte:

Os produtores de tomate que estarão no evento são responsáveis por 70% da produção da RMC (aproximadamente 30.000.000 pés).

Os produtores de pimentão que estarão no evento são responsáveis por 60% da produção da RMC (aproximadamente 8.000.000 pés).

Os produtores de brócolis que estarão no evento são responsáveis por 80% da produção da RMC (aproximadamente 20.000.000 pés).

Os produtores de folhosas que estarão no evento são responsáveis por 85% da produção da RMC (aproximadamente 4.000 hectares/ano).

Os produtores de milho que estarão no evento são responsáveis por 65% da produção da RMC (aproximadamente 30.000 hectares/ano).

Os produtores de goiaba e uva que estarão no evento são responsáveis por 40% da produção da RMC (aproximadamente 3.000 hectares/ano).

Do Instituto Agronômico