Em SP, visitantes de ‘corredor verde’ aprendem sobre preservação

Espaço inovador consiste na primeira ação do tipo no Brasil para insetos polinizadores e multiplicadores de sementes

qua, 10/10/2018 - 11h51 | Do Portal do Governo

A cidade de São Paulo, uma das mais populosas do planeta, possui um “corredor verde” que atrai insetos polinizadores, como, por exemplo, besouros, borboletas e abelhas nativas sem ferrão. Inaugurado em maio de 2017, o espaço foi implantado na calçada de 450 metros de extensão do Instituto Biológico (IB), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, na Vila Mariana, perto do Parque do Ibirapuera.

Trata-se de uma opção interessante de passeio para toda a família, principalmente durante a primavera. Ao todo, já foram plantadas 100 árvores, de diversas espécies de árvores, arbustos e forrações. O corredor liga a Avenida Conselheiro Rodrigues Alves, no trecho entre a Rua Dante Pazzanese e a Avenida Ibirapuera, e a Rua Amâncio de Carvalho, entre as ruas Dante Pazzanese e Astolfo de Araújo.

Inovação

Trata-se da primeira ação do tipo no Brasil para insetos polinizadores e multiplicadores de sementes. A iniciativa está alinhada com os Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável, da Organização das Nações Unidas”, explica Harumi Hojo, pesquisadora do IB. Vale destacar que o projeto inovador é inspirado na “rodovia para abelhas”, da Noruega, e na “estrada para borboletas”, dos Estados Unidos, com o objetivo de reunir insetos polinizadores e promover a recuperação dos ambientes natural e urbano.

A ideia é mostrar para a população urbana a importância dos insetos polinizadores na produção de alimentos. As abelhas, por exemplo, além de gerar produtos como mel, pólen, própolis, geleia real e cera, são consideradas os principais agentes polinizadores em ambientes naturais e agrícolas. Na análise de especialistas, aproximadamente 30% da produção mundial de alimentos necessitam de polinização.

Segundo a pesquisadora Harumi Hojo, são realizadas manutenções semanais no local, que conta com plantas nativas de São Paulo, como o pau cigarra, bracatinga, carvalho brasileiro e embiruçu, entre outras.

Na avaliação de Antonio Batista Filho, diretor-geral do IB, o objetivo é enriquecer a vegetação existente nas calçadas do instituto, como forma de atrair espécies polinizadoras. “O corredor verde é uma ação ambiental que transmite a iniciativa científica de modo lúdico. É importante para atrair abelhas, animais que também são responsáveis pela polinização e produção de alimentos. Trata-se de uma reflexão para aproximar a comunidade da instituição. É uma iniciativa única no Brasil. Nós temos que abrir as portas da instituição”, salienta.

Seleção

De acordo com Sérgio Shigeeda, integrante do Cades/Agenda 2030 Vila Mariana, participante do projeto, as espécies de plantas passaram por uma seleção do tamanho das copas e das raízes e da viabilidade da conservação. “Também escolhemos espécies de desenvolvimento lento, médio e acelerado, contemplando atratividade para os insetos. O foco da ação está na introdução das espécies, e não na quantidade de mudas”, ressalta.

Considerado essencial para a manutenção das populações selvagens de plantas, o serviço ecossistêmico tem importância considerável na produção de alguns alimentos nos ambientes agrícolas, como maçã, melão e laranja. Além disso, o corredor incentiva a discussão sobre a importância dos polinizadores, em mais uma ação para contribuir com a educação ambiental.