USP, Unicamp e Unesp investem em planejamento e ações estratégicas

Iniciativas das universidades foram anunciadas em evento apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo

qui, 12/04/2018 - 20h42 | Do Portal do Governo

A Universidade de São Paulo (USP) está implantando um Escritório de Gestão de Indicadores de Desempenho para subsidiar o planejamento e ações estratégicas da instituição.

“O objetivo é preparar a instituição para atender os anseios da sociedade, respeitando as avaliações externas, nacionais e internacionais”, destaca Vahan Agopyan, reitor da USP. O escritório será dirigido por Aluisio Segurado, professor titular da Faculdade de Medicina da USP.

Já a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) iniciou um mapeamento de informações que permitirá reunir, em uma única fonte, dados relevantes de desempenho, como, por exemplo, o número de palestras internacionais proferidas por seus docentes, de acordo com Marisa Massumi Beppu, pró-reitora de Desenvolvimento Universitário.

A Universidade Estadual Paulista (Unesp) constituiu uma comissão com a tarefa de interpretar e monitorar indicadores acadêmicos de suas 34 unidades, em 24 cidades em todo o Estado, ressalta Helber Holland, da Assessoria Especial de Planejamento Estratégico.

Parceria

As iniciativas foram anunciadas durante o segundo workshop do projeto Indicadores de Desempenho nas Universidades Estaduais Paulistas, apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), no âmbito do Programa Pesquisa em Políticas Públicas. O projeto tem o objetivo, até 2019, de propor reformulação das métricas utilizadas atualmente pelas três universidades públicas estaduais paulistas.

Liderada pelo professor Jacques Marcovitch, da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) e do Instituto de Relações Internacionais (IRI) da USP e ex-reitor da universidade, e pelo Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp), a proposta teve início em julho de 2017, tendo também como parceira a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia do Estado de São Paulo.

“Temos intenção de estimular as universidades a substituir a cultura de anuário estatístico, que registra o passado, pela de unidade de inteligência”, explica Jacques Marcovitch. Segundo o professor, a iniciativa capta em tempo real informações de várias fontes para apoiar a construção do futuro.

As métricas a serem aprimoradas são as mesmas que alimentam rankings internacionais como o Times Higher Education (THE) ou o Academic Ranking of World Universities (ARWU). “Mas, para definir padrões de avaliação das universidades estaduais paulistas, é fundamental que se defina claramente qual o projeto institucional de cada uma delas, de acordo com o interesse de seus grupos de pesquisa”, recomenda José Goldemberg, presidente da Fapesp e ex-reitor da USP.

Indicadores

Foi consenso entre os participantes do encontro que o aprimoramento dos indicadores de desempenho permitirá às universidades conhecer melhor o seu funcionamento e encontrar maneiras de melhorá-lo. “Para implementar políticas eficazes e obter melhor visibilidade dos impactos da universidade em favor da sociedade, precisamos de boas métricas”, avalia Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da Fapesp.

Segundo ele, as universidades são continuamente criticadas, por supostamente não trabalharem mais em colaboração com empresas ou não apresentarem impacto econômico e social. No entanto, raramente se discute esses tópicos com base em métricas de desempenho.

Por exemplo, no caso de interação com empresas, o diretor científico sugeriu a utilização de um conjunto de indicadores, como a participação de recursos privados no dispêndio de pesquisa e desenvolvimento, número de artigos publicados em coautoria entre pesquisadores de universidades e empresas, número de startups criadas por alunos e professores e carteira de patentes licenciadas, entre outros.

O terceiro workshop do projeto Indicadores de Desempenho nas Universidades Estaduais Paulistas será realizado em agosto de 2018 na Unesp, junto com o lançamento do primeiro livro com análises. As conclusões finais do projeto e o segundo livro sobre o assunto serão divulgados em 2019.