USP tem editoras com publicações relevantes no mercado

Instituições ligadas à Universidade de São Paulo promovem a comercialização de livros de diversas áreas do conhecimento

sex, 01/11/2019 - 12h36 | Do Portal do Governo

A Universidade de São Paulo (USP) conta com diversas editoras que atuam no mercado de comercialização de livros. Com quase 4 mil títulos publicados, a Editora da USP (Edusp) é a conhecida dentro e fora do ambiente acadêmico, porém existem, no mínimo, outras quatro sediadas na instituição: Publicações BBM, Com-Arte, Humanitas e Discurso Editorial.

Tais editoras também publicaram obras importantes ao longo da história e fazem parte, cada uma a seu modo, do concorrido mercado editorial universitário. Atualmente, a Edusp publica trabalhos de todos os institutos da USP.

Diferencial

Desde a área de exatas, como o livro Números – Uma Introdução à Matemática (2013), de César Polcino Milies e Sônia Pitta Coelho, que ganhou o 41° Prêmio Jabuti, levando o 3° lugar em Ciências Exatas, Tecnologia e Informática, até a área de artes, como a obra A Erótica Japonesa na Pintura & na Escritura dos Séculos XVII a XIX, de Madalena Natsuko Hashimoto Cordaro, ganhadora de quatro prêmios: 4° Prêmio Abeu (Projeto Gráfico), 4° Prêmio Abeu (Linguística, Letras e Artes), Icas Book Prize e Prêmio Mário de Andrade.

“O grande diferencial da Edusp está na qualidade de suas publicações, não só em relação ao conteúdo, mas também quanto ao trabalho gráfico que realiza”, explica o presidente da Edusp, Lucas Antonio Moscato, ao Jornal da USP. Ainda segundo ele, essa boa atuação rendeu a ela o reconhecimento como editora mais premiada do Brasil, em 2018.

Criada em 1962, a Edusp começou a publicar títulos próprios em 1988 e, até hoje, já tem quase 4 mil obras em catálogo. “Acho que, além da qualidade das publicações, nosso interesse maior é disponibilizar aquele conteúdo e torná-lo acessível a quem precisa dele”, pontua Bruno Tenan, diretor de marketing da Edusp, ao Jornal da USP.

Projeção

A Publicações BBM aparece como nova promessa. “Aqui estamos iniciando uma editora, já temos uma meia dúzia de títulos publicados, e temos como projeto publicar coisas um pouco mais ligadas ao mundo do livro”, destaca ao Jornal da USP o professor Plinio Martins Filho, editor do setor de publicações da Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin.

As obras da editora da biblioteca visam a atender as pesquisas ali desenvolvidas e o acervo de obras raras que contém. Entre os recentes títulos publicados está “O Bibliófilo Aprendiz”, de Rubens Borba de Moraes, uma referência para colecionadores, como enfatiza o docente.

O professor, que trabalha com editoras desde 1971 e ficou cerca de três décadas na Edusp, agora, além de trabalhar na BBM, também coordena o projeto laboratório do curso de Editoração da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP, a Com-Arte.

A editora da ECA também é orientada pelos professores Marisa Midori e Thiago Mio Salla. Para Marisa Midori, a principal preocupação da Com-Arte é formar os alunos para o mercado de trabalho. “O laboratório é dividido em três semestres para que os estudantes possam aprender todas as fases do desenvolvimento de um livro, desde a escolha dos originais até sua impressão”, afirma Marisa Midori ao Jornal da USP.

Criada praticamente junto com o curso de Editoração, em 1972, a editora já tem mais de 400 publicações e recebeu no ano passado o Prêmio Jabuti pelo livro Design de Capas do Livro Didático, de Didier Dias de Moraes. “A qualidade das nossas publicações está diretamente ligada à formação dos nossos alunos. Queremos que eles entendam que a identidade da editora é o editor”, completa a docente.

Mercado

Com isso, Edusp, Publicações BBM e Com-Arte apontam para o futuro do mercado editorial ligado à USP. Elas se mostram como as principais plataformas de divulgação da cultura do conhecimento produzido na instituição de ensino. Por outro lado, a Editora Humanitas e a Discurso Editorial, ambas da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, têm enfrentado desafios para conseguir escapar das dificuldades atuais no mercado editorial.

A Humanitas foi criada há 15 anos por um grupo de professores da FFLCH para divulgar os trabalhos dos próprios docentes e dos alunos da faculdade. Durante esses anos, ela chegou a publicar cerca de 500 livros.

Já a Discurso Editorial foi criada em 1993. Entre as cerca de 120 publicações da editora está o livro Descartes Segundo a Ordem das Razões (2016), de Martial Gueroult, que teve seus dois volumes condensados e traduzidos do francês para o português, em um trabalho que durou cinco anos.