A Escola Politécnica (Poli) da USP recebeu, entre os dias 23 de julho e 3 de agosto, o evento “São Paulo School of Advanced Science on Renewable Energies”, que teve a presença de estudantes e pesquisadores, brasileiros e estrangeiros, que atuam na área de fontes de energia renovável.
Durante duas semanas, cerca de 160 alunos e pesquisadores de 33 países participaram de palestras, workshops e visitas monitoradas a laboratórios da Poli e do Instituto de Energia e Ambiente (IEE). Vale destacar que o curso abordou sete tipos de energias renováveis: solar térmica, solar fotovoltaica, eólica, biomassa, ondas e marés, hidrocinética e hidrogênio.
Disponibilidade
Alguns participantes tiveram apoio financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), ligada à Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação, para custear as despesas de transporte e estadia. Ao todo, os organizadores do evento receberam cerca de 1,2 mil inscrições, sendo que 85 estudantes foram selecionados para receber o auxílio.
“Antes da virada do milênio, ficou evidente a necessidade de buscar fontes de energia renovável em quantidade, qualidade e disponibilidade para substituir as fontes tradicionais baseadas em petróleo, gás e carvão”, ressalta o presidente da Comissão Organizadora do evento, José Roberto Simões Moreira.
“O Brasil tem feito grandes esforços para desenvolver tecnologia e implementar novas fontes de energia. O curso é uma oportunidade para os estudantes conhecerem e interagirem com renomados pesquisadores que atuam nessa área”, acrescenta.
O reitor das USP, Vahan Agopyan, também destacou a importância do tema e da iniciativa. “É uma satisfação para a universidade sediar um evento como esse. E é uma honra termos entre nós o professor José Goldemberg, um dos mais importantes pesquisadores brasileiros, que nas últimas décadas tem se dedicado ao estudo de fontes de energia renovável”, comemora.
“É uma iniciativa muito importante, que contribui para a internacionalização das nossas pesquisas. Tenho a certeza de que, mais do que ensinar coisas a vocês, nós compartilharemos o conhecimento”, completa o reitor.
Pesquisas
A cerimônia de abertura foi realizada no auditório do Prédio da Engenharia Mecânica da Poli e contou com a participação do coordenador de Programas Especiais e Colaboração em Pesquisa, Hernan Chaimovich, e do diretor do IEE, Colombo Celso Gaeta Tassinari.
“Muitos dos nossos pesquisadores já trabalham de forma bastante intensiva sobre o tema de energia, fontes renováveis e impacto ambiental. No curso, serão apresentas pesquisas que buscam o desenvolvimento de fontes sustentáveis de energia que, cedo ou tarde, substituirão as fontes de energia fóssil. Para desenvolver essas tecnologias, precisamos de conhecimento, ciência e de engenheiros. Daí a importância desta iniciativa”, avalia o vice-diretor da Poli, Reinaldo Giudici.
Durante aula da Escola São Paulo de Ciência Avançada em Energias Renováveis, o professor Stefan Krauter, da Universidade de Paderborn, na Alemanha, comentou sobre a queda no custo da energia produzida por meio de sistemas fotovoltaicos.
“Há 25 anos, quando comecei a trabalhar com energia solar, o custo de produção era de US$ 2 o quilowatt-hora, algo supercaro. Hoje, está em US$ 0,02 o quilowatt-hora. Com esse valor, dá para competir com termelétricas”, destaca.
Contudo, o docente ressalta que o preço chega para o cliente perto de US$ 1, por causa de impostos, distribuição e custos das concessionárias. “De modo geral, cada vez que a produção é dobrada, o preço cai 24%. O problema do preço não está na geração, mas na sua distribuição e nos impostos, por exemplo”, finaliza.
