Unicamp celebra aniversário de espaço voltado à pesquisa em AIDS

Ligado ao Hospital de Clínicas da Universidade Estadual de Campinas, laboratório chega aos 30 anos de funcionamento

seg, 20/08/2018 - 8h27 | Do Portal do Governo

No dia 10 de agosto, o Hospital de Clínicas (HC) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) comemorou os 30 anos de atividades do Laboratório de Pesquisa em AIDS (LPAIDS). O dia da solenidade também marcou a realização do VII Curso de Atualização de Procedimentos para Realização de Quantificação de RNA Viral HIV1 e Contagem de Linfócitos T CD4+/CD8+ da Unicamp.

Vale destacar que o espaço foi criado em 1988, de modo a desenvolver diagnósticos sorológicos para o Sistema Único de Saúde (SUS). Com o tempo, para verificar o tipo de resistência dos pacientes às drogas antirretrovirais – usadas no tratamento da AIDS –, o laboratório entrou para a rede de fenotipagem. Dessa maneira, os diagnósticos foram descentralizados para as instituições dos Estados e municípios.

Treinamento

O evento reuniu representantes dos Diretorias Regionais de Saúde (DRS) de Campinas e São João da Boa Vista, além de professores, pesquisadores e funcionários da Unicamp. “Os 30 anos do Laboratório de Pesquisa em Aids representam uma história de coragem e protagonismo. Coragem por assumir uma posição de liderança na assistência a uma doença com estigma social devastador. E protagonismo na prestação de serviços à comunidade e formação de recursos humanos”, destaca o coordenador da Comissão de Extensão da FCM, Rodolfo de Carvalho Pacagnella, durante a mesa de abertura.

É importante frisar que, atualmente, o LPAIDS faz um treinamento para 46 cidades da região, abordando técnicas de coleta, armazenamento, transporte e entrega dos materiais em condições adequadas de temperatura. Além disso, os profissionais do espaço realizam um trabalho através da monitorização dos pacientes tratados da infecção de HIV com os antirretrovirais, sendo possível verificar a quantificação de carga viral, ou seja, se está surtindo efeito com o tratamento ou não.

De acordo com os especialistas, a contagem de linfócitos e de glóbulos brancos pode dizer se o sistema imunológico do indivíduo está se recuperando. “O Laboratório de Pesquisa em Aids é uma das faces da Unicamp em que a mistura de pesquisa e desenvolvimento de alta excelência se transforma em extensão e prestação de serviços à sociedade”, ressalta o chefe de gabinete da reitoria da Unicamp, Joaquim Murray Bustorff Silva. “A Universidade tem orgulho da dedicação de todos os protagonistas e funcionários que fazem parte da história do laboratório”, acrescenta.

Monitoramento

O LPAIDS monitora dois mil pacientes por mês atendidos pelas regionais de saúde de Campinas e São João da Boa Vista. São mais de três exames por mês. Recentemente, o Laboratório de Hepatites Virais foi incorporado ao Laboratório de Pesquisa em Aids (DST, Aids e Hepatites), em um modelo proposto pelo Ministério da Saúde.

“É com muita alegria que conseguimos fazer a união desses dois laboratórios. Isso tornando a rotina de assistência e da pesquisa muito mais ágil para os usuários e funcionários”, revela a coordenadora do Hospital Dia da Unicamp e do Laboratório de Hepatites Virais, professora Raquel Stucchi.

O coordenador do Laboratório de Pesquisa em Aids e infectologista da Unicamp, Francisco Aoki, enfatizou a importância do VII Curso de Atualização de Procedimentos para Realização de Quantificação de RNA Viral HIV1 e Contagem de Linfócitos T CD4+/CD8+, além das mesas-redondas sobre hepatites virais. “É essencial treinarmos e usarmos a melhor técnica possível do ponto de vista assistencial para que a fase de realização do exame dentro do laboratório seja adequada”, diz.

De acordo com dados do Ministério da Saúde, de 1980 a 2017, foram notificados 882 mil casos de AIDS diagnosticados por ano no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), declarados ao Sistema de Informação sobre Mortalidade (Sim).