Tom Zé é uma das atrações da Virada Cultural Paulista em Campinas

A maratona cultural acontece no próximo final de semana em dez cidades do Interior

sáb, 12/05/2007 - 11h28 | Do Portal do Governo

Uma das figuras  mais  originais  e  controvertidas  da  MPB,  o compositor  baiano Tom Zé se apresenta em Campinas como uma das atrações da Virada  Cultural Paulista, que será realizada no final de semana entre os dias  19  e  20. Ele faz show no dia 19, às 22h30, na Estação Cultura. Em destaque  no  repertório,  músicas  do  último  trabalho do artista, cujas composições não têm letras, só vocalizações, cantos, sons, e interjeições –  misturados  com  frevo  pernambucano  e  forró,  entre  outros  ritmos brasileiros. 

Tom Zé fala com entusiasmo de sua expectativa para a apresentação e  do  propósito da Virada Cultural. “Será um prazer que, em meus 70 anos de vida,  nunca  tive  igual.  Na  Virada  o  Estado  distribui uma gravidez  artística  que gera filhos em todas as classes. Espero encher Campinas de alegria e de sentimento de brasilidade”.

O artista lembra que já fez apresentações nas periferias de grandes cidades  e  ressalta  que  fica espantado quando ouve ou lê que o povo só  gosta  de  “porcaria”  quando  o assunto é música. “Muito pelo contrário,  encontro  públicos  entusiasmados  com  o meu tipo de trabalho, que nunca imaginaria ver em apresentações públicas”, observa. 

Quando  fala do início de sua carreira, que o levou a construir uma obra  que  inclui  performances de apresentação no palco, ele explica que não  houve propriamente dificuldade para estabelecer seu estilo. “Tive de decifrar  e  plasmar  a  mim  mesmo  em matéria musical. No início, todos recusavam.  Depois  acabaram  me aceitando. Não passei por discriminação,  mas por espanto, sem dúvida”, conclui o cantor.  

Compositor, cantor, arranjador e ator, Tom Zé nasceu em Irará (BA).  Aprendeu  a  gostar  de  música  ouvindo rádio. Gostava tanto que decidiu estudar  música  na  Universidade  Federal da Bahia, em Salvador. Lá teve aulas com professores da vanguarda instrumental, trazidas da Europa, como Koellreuter,  Smetak  e  Ernst  Widmer.  Aprendeu  harmonia, contraponto, composição, piano, violoncelo.

No  começo  da década de 1960, na capital baiana, conheceu Gilberto Gil,  Gal  Costa,  Caetano  Veloso  e  Maria Bethânia. Com eles, montou o espetáculo  “Nós, Por Exemplo” e “Velha Bossa Nova e Nova Bossa Velha”. O grupo  foi  para  São  Paulo,  onde participou do espetáculo “Arena Canta Bahia”  e  do  disco-chave  para o movimento tropicalista, “Tropicália ou Panis  et  Circensis”,  lançado  pela  Philips em 1968 e que continha sua  composição “Parque Industrial”.

No mesmo ano conseguiu o primeiro lugar no Festival de MPB com “São São  Paulo,  Meu  Amor”  e apareceu seu primeiro LP individual, “Tom Zé”,  seguido  por  outros  discos  na  década  de  1970.  Depois de um período aastado  da  mídia,  no  fim  da  década  de  1980, sua carreira deu uma reviravolta  quando  o  músico  David Byrne descobriu num sebo o inador  “Estudando  o Samba”. Nos anos de 1990, excursionou pela Europa e Estados Uidos.  Em 1999, com o lançamento de seu CD “Com Defeito de Fabricação”, voltou a seu merecido lugar na música brasileira. 

 SERVIÇO:  Tom Zé na Virada Cultural Paulista

 Dia 19, às 22h30, Estação Cultura

 Praça Floriano Peixoto, s/n – Centro – Campinas

 (19) 3705-8000

Secretaria Estadual da Cultura