Secretaria da Segurança Pública divulga laudo sobre atentados a bomba contra Anistia Internacional

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qua, 31/01/2001 - 18h42 | Do Portal do Governo

Durante coletiva na sede da Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo, realizada nesta quarta-feira, dia 31, o secretário da Segurança Pública, Marco Vinicio Petrelluzzi, acompanhado pelo titular da Superintendência de Polícia Técnico-Científica, Celso Periolli, pela perita Virginia Lucia Nardy Telles, pelo delegado Helênio Dell’Oso Prado, do Grupo de Repressão e Análise dos Delitos de Intolerância (Gradi), e pelo delegado que preside o inquérito, Marcos Ricardo Parra, divulgou o laudo documentoscópio comprovando envolvimento do funcionário da Anistia Internacional e professor de educação física José Eduardo Bernardes da Silva nas ocorrências. Ficou comprovado que os atentados nos quais José Eduardo aparecia como vítima, na verdade, teriam sido planejados e executados por ele.

O primeiro suposto atentado aconteceu no dia cinco de setembro do ano passado, quando José Eduardo recebeu, em seu apartamento no bairro de Higienópolis, um pacote contendo uma bomba acondicionada em quatro tubos de PVC. Na mesma ocasião, foram enviadas cartas contendo ameaças ao secretário da Segurança, ao deputado Renato Simões e ao vereador Ítalo Cardoso, ambos do PT.

No dia seguinte, seis de setembro, o professor de filosofia e presidente da Associação da Parada do Orgulho de Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transgêneres de São Paulo, Roberto de Jesus, também recebeu uma bomba que, como a primeira, foi desarmada pelos policiais militares do Grupo de Ações Táticas Especiais (GATE).

A suspeita pelos atentados, em princípio, recaiu sobre os skinheads, movimento surgido no final dos anos 60, na Inglaterra. Com inspiração neonazista, os membros da organização raspavam a cabeça para não serem apanhados pelos cabelos quando em confronto com a polícia.

A Secretaria da Segurança Pública designou uma equipe especial de policiais pertencentes ao Gradi e peritos do Instituto de Criminalística para apurar o caso. Cinco meses após o início das investigações, policiais e peritos apresentam, de forma conclusiva, o esclarecimento do delito.

Explicando o laudo, a perita Virginia Telles, afirmou que o resultado é conclusivo porque: ‘quando escrevemos, um comando cerebral determina o formato das letras que passamos para o papel. E isso pode ser comparado a uma impressão digital.’

‘O resultado dessa investigação, embora triste, proporciona uma enorme satisfação, pois demonstra como a nossa polícia, agindo com extrema discrição e competência, absolutamente dentro da legalidade, conseguiu rapidamente fechar um caso que não é simples. Casos de remessa de bomba são difíceis. Há exemplos mundiais de casos que levaram anos para ser fechados,’ enfatizou o secretário Petrelluzzi.