Saúde alerta população sobre vacina contra a febre amarela antes de viajar

Imunização é fundamental para quem pretende passar o feriado no Litoral Norte e Baixada Santista; vacina deve ser tomada dez dias antes 

qua, 07/11/2018 - 19h07 | Do Portal do Governo

Os cidadãos paulistas que ainda não se imunizaram contra a febre amarela devem se vacinar antes de viajar para o Litoral Norte e para a Baixada Santista, além de áreas de mata e florestas.

A vacina deve ser tomada com dez dias de antecedência para garantir proteção efetiva. Portanto, aqueles que pretendem passar os feriados de novembro –Proclamação da República (15) e Dia da Consciência Negra (20) – nas regiões citadas devem avaliar e/ou atualizar sua situação vacinal no início desta semana.

A orientação também vale para os moradores desses locais. Os municípios vêm intensificando as ações de imunização no decorrer do ano, para aumentar a cobertura vacinal.

Na última segunda-feira (5), o Instituto Adolfo Lutz confirmou um óbito por febre amarela na região do Vale do Paraíba. A vítima é um homem de 26 anos, morador de Cunha, que havia se recusado a tomar a vacina e se infectou numa área rural onde trabalhava, em Caraguatatuba.

“A imunização é a principal forma de prevenção contra a doença. O período atual é pré-sazonal, e a sazonalidade da doença vai de dezembro a maio. Por isso, é importante que as pessoas ainda não vacinadas procurem os serviços de saúde”, afirma a diretora do Centro de Vigilância Epidemiológica, Regiane de Paula.

Todo o território paulista já tem recomendação da vacina, devido à circulação do vírus. No Litoral Norte, a cobertura vacinal é superior a 85% e de 55% na Baixada. Ainda assim, moradores de outras localidades do Estado precisam estar vacinados antes de se deslocarem para essas áreas. As doses são disponibilizadas nos postos de vacinação em todo o território paulista.

A estudante Nicole Amaral é moradora de Ubatuba e procurou o posto de saúde mais próximo ainda durante as primeiras notícias sobre febre amarela no município. “Quando familiares e amigos da capital vêm me visitar sempre lembro eles sobre a vacina”, conta ela.

Devem consultar o médico sobre a necessidade da vacina os portadores de HIV positivo, pacientes com tratamento quimioterápico concluído e transplantados. Não há indicação de imunização para grávidas, mulheres amamentando crianças com até seis meses e imunodeprimidos, como pacientes em tratamento quimioterápico, radioterápico ou com corticóides em doses elevadas (como, por exemplo, Lúpus e Artrite Reumatoide). Em caso de dúvida, é fundamental consultar o médico.

Em 2018, mais de 8 milhões de pessoas já foram vacinadas contra febre amarela. O número ultrapassa a marca da vacinação no decorrer de 2017, quando 7,4 milhões de doses foram aplicadas, e é também superior à vacinação na década anterior – 7 milhões de pessoas foram imunizadas entre 2006 e 2016.

Balanços

Em 2018, até 23 de outubro, houve 502 casos autóctones de febre amarela silvestre confirmados no Estado e 175 deles evoluíram para óbitos. Do total, 30,2% das infecções por febre amarela foram contraídas em Mairiporã e 9,5% em Atibaia. Essas duas cidades respondem por 39,7% dos casos de febre amarela silvestre no Estado, e já têm ações de vacinação em curso desde 2017.

“Nós estamos fazendo o acompanhamento da febre amarela desde o surgimento do primeiro caso, há 20 meses. Nós precisamos atender às pessoas que vivem em regiões onde a doença é uma ameaça”, comenta o infectologista Marcos Boulos, sobre a característica da doença, que não chega e vai embora de um dia para o outro.

“A vacinação é a principal forma de proteger a população contra a febre amarela. Por isso, é imprescindível que todas as pessoas que moram no local compareçam aos postos de saúde”, completa o secretário Marco Antonio Zago.

Entre o total de casos, 14 ocorreram no Litoral Norte, dos quais 5 evoluíram para óbito – São Sebastião (3 casos com 2 óbitos) e Ubatuba (11 casos com 3 óbitos). Na Baixada, foram 4 casos e 3 óbitos – Guarujá (1 caso com 1 óbito), Itanhaém (1 caso com 1 óbito) e Peruíbe (3 casos com 1 óbito).

Com relação às epizootias, neste ano, 257 macacos tiveram confirmação da doença. A região com maior concentração é a Grande São Paulo, com cerca de metade dos casos. Desse total, 2 casos envolvendo macacos ocorreram na Baixada Santista, e 33 casos ocorreram na região do Vale do Paraíba e Litoral Norte.