São Paulo sedia curso de aperfeiçoamento para peritos criminais

Mais de 200 peritos de todo o País participaram do evento

sex, 17/07/2009 - 18h00 | Do Portal do Governo

A Superintendência da Polícia Técnico-Científica de São Paulo (SPTC), em parceria com a Secretaria Nacional de Segurança Pública e Cidadania (Senasp), realizou nesta semana, de 13 a 17, o curso de “Atualização e Aperfeiçoamento em Perícias em Crimes contra a Pessoa”. Realizado no auditório da SPTC, o evento reuniu 218 peritos de todo o País. O objetivo foi integrar conhecimentos, apresentar novas tecnologias e reciclar profissionais. 

A fotografia digital foi o tema da palestra dos peritos Gilberto Toyota, Marivaldo Brytto e Cássio Thyone. Impressões digitais, reagentes químicos e reconstituições são alguns dos trabalhos desenvolvidos pelos peritos que necessitam de fotografias para ilustrar os laudos. Eles explicaram que a preocupação com a segurança das imagens digitais, que podem ser facilmente alteradas, deve ser constante, além do protocolo de verificação de fotografias. “Temos alguns tipos de arquivos que são bloqueados”, falou o fotógrafo Gilberto Toyota. 

Os peritos também falaram sobre os arquivos do tipo ‘raw’ (na tradução literal: cru) que são gradativamente incorporados à rotina, por trazerem alta resolução e impossibilidade de edição. Trabalhar sem modificar as fotos em programas específicos, exige dos fotógrafos forenses conhecimentos como ‘light painting’ (que consiste em mover uma luz artificial durante a fotografia, para ‘pintar’ a cena) e da lei de reciprocidade (que é, basicamente, o cálculo da luz emitida pelo flash).

Esses conceitos de luzes forenses interferem diretamente no trabalho, por isso um fotógrafo sempre deve levar uma maleta com diversas lanternas e filtros coloridos. “É necessário fotografar aquilo que o perito enxergou”, explicou Gilberto. Exemplos disso são as manchas de sangue encontradas após o uso de reagentes químicos e luzes especiais; é preciso acoplar a câmera às mesmas lentes que ajudaram o perito a enxergar.

Sangue nunca mente 

Os reagentes químicos foram abordados na palestra “Sangue nunca mente” dos peritos Luiz Eduardo Dórea e Adriano Figini. Eles explicaram que a a luz negra e o luminol (substância que revela manchas de resíduos corporais que tentaram ser lavadas) devem receber atenção especial para que seu manuseio e uso corretos sejam uma constante e seus recursos bem aproveitados.

Atualmente, a polícia brasileira faz a exumação de um número ainda elevado de cadáveres por falta de definição em laudo pericial. Esse problema vem sendo sanado de forma gradual com a capacitação de profissionais que, nas palavras do perito Alberi Espindula, “não podem se deixar levar pela pressa”.

Da Secretaria de Segurança Pública