“Redescobri o prazer de estar comigo, de fazer movimentos bonitos, de fazer coisas belas”

Fabiana Martim, ex-paciente de câncer e professora de dança do ventre no Hospital Pérola Byington “Eu precisava mostrar que o caminho da dança pode ser um caminho de cura, como […]

sex, 14/10/2016 - 13h28 | Do Portal do Governo

Fabiana Martim, ex-paciente de câncer e professora de dança do ventre no Hospital Pérola Byington

“Eu precisava mostrar que o caminho da dança pode ser um caminho de cura, como foi pra mim. Há dez anos tive o diagnóstico de câncer de mama, eu tinha 33 anos e na época tinha começado as aulas de dança do ventre. 

Após a cirurgia de mastectomia total, o oncologista me indicou fazer a quimioterapia. Isso era o que me deixava com mais medo porque pensava que o mundo ia saber que estava doente. É muito estranho você ter câncer e estar se sentindo bem. É uma doença muito silenciosa. Perdi cabelo, sobrancelha, cílios e fiz três reconstruções.

Quando eu já estava melhor fisicamente o médico me liberou para voltar a dançar. Lembro que voltei no dia da dança do Jarro, que é muito bonita, e teve um significado muito bacana pra mim, ela me reconectou com o feminino ferido.

Eu mergulhei no universo da dança, fiz diversas especializações, em espada, em véu. Com isso percebi que o movimento do meu braço, que estava limitado, voltou. Redescobri o prazer de estar comigo, de fazer movimentos bonitos, de fazer coisas belas.

Minhas alunas têm entre 40 e 76 anos. Pela faixa etária e situação que estão passando, tive que adaptar os movimentos. A finalidade das aulas é ser um caminho de cura, assim como foi pra mim. O fato de eu ter passado por essa experiência cria essa conexão grande com elas, porque sei o que é essa busca que a gente tem, dessa força de querer sobreviver.”

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Fabiana Martim é farmacêutica por formação, mas dá aulas de dança do ventre no Hospital Pérola Byington, referência em assistência médico-hospitalar nas áreas da ginecologia, reprodução humana e oncologia genital e mamária para a região metropolitana de São Paulo. Venceu um câncer há 10 anos e acredita que a dança ajuda na cura da doença.

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