Projeto capacita assentados a corrigir problemas no solo

Ação beneficiou 3.561 famílias, aproximadamente 15 mil pessoas, em 38 municípios paulistas

sáb, 30/06/2007 - 10h01 | Do Portal do Governo

A Faculdade de Ciências Agronômicas (FCA), câmpus da Unesp de Botucatu, e a Fundação de Estudos e Pesquisas Agrícolas e Florestais (Fepaf), em parceria com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), lançaram o Mapa de fertilidade dos solos de assentamentos rurais do Estado de São Paulo.

A obra é o resultado do programa “Desenvolvimento e capacitação de agricultores no uso de técnicas para correção do solo em assentamentos rurais”. Trata-se do primeiro Atlas sobre as condições dos terrenos dos assentamentos e tem como objetivo subsidiar as políticas públicas para o setor.

O livro traz recomendações para a correção da acidez do solo com calcário e informações sobre outros nutrientes, como fósforo, potássio e magnésio, em função das culturas produzidas por cada família assentada. Segundo o professor Osmar de Carvalho Bueno, um dos coordenadores, essa correção é feita para que o solo fique em condições de assimilar os nutrientes que serão adicionados, por meio de adubação química ou orgânica, durante o plantio de culturas agrícolas.

Sob a coordenação dos professores Roberto Lyra Villas-Bôas e Dirceu Maximino Fernandes, do setor de Ciência do Solo do Departamento de Recursos Naturais da FCA, foram realizadas 7.122 análises. Cada gleba que teve o solo analisado recebeu recomendações individualizadas para a sua correção.

Papel social – As amostras foram coletadas pelos próprios assentados, que receberam treinamento dos estudantes da FCA para a realização da tarefa. “Nossos alunos fizeram palestras e discussões de sensibilização e conscientização, além de ensinar o procedimento”, conta Bueno. “A idéia é também discutir a importância de cuidar desse bem público”.

Iniciado em abril de 2005, o projeto recebeu investimentos de cerca de R$ 1,2 milhão, destinados ao treinamento e à entrega de cerca de dez mil toneladas de calcário em 53 assentamentos do Estado. A ação beneficiou 3.561 famílias, aproximadamente 15 mil pessoas, em 38 municípios paulistas. “Esse é, certamente, um dos maiores projetos de extensão da Unesp”, afirmou o diretor da FCA, Leonardo Theodoro Büll. “Ao transferir tecnologia para o agricultor, estamos cumprindo o papel social da nossa universidade”.  Edivaldo Velini, diretor da Fepaf, concorda. “A Universidade tem um estoque imenso de competências que precisa ser utilizado para atender as necessidades dos produtores”. O professor Büll ressaltou o valor das informações trazidas pelo Atlas. “Com base nesses dados, temos que nos esforçar para levar a tecnologia a esses assentados e incluí-los, definitivamente, na cadeia do agronegócio brasileiro”.

Elizaide Seixas Manghirmalane, da Superintendência Regional do Incra em São Paulo, acrescentou: “O Atlas é um instrumento de gestão extremamente importante. O projeto, como um todo, vai melhorar a produtividade, gerar aumento da renda e melhoria da qualidade de vida dos assentados. Somos os maiores beneficiados com essa parceria e estamos muito satisfeitos com o resultado”.

O livro está sendo distribuído pelo escritório do Incra na capital paulista a órgãos públicos estaduais e federais, além de entidades vinculadas às lideranças dos principais movimentos sociais envolvidos com a questão rural no País.

Oscar D’Ambrosio

Do Portal da Unesp

(R.A.)